Nuvens pesadas suspensas sobre muitos homens não os deixam pensar

Fotografia de Alejandro Tocornal



Nuvens pesadas suspensas sobre muitos homens não os deixam pensar.
Ainda que ergam a cabeça, estão isentos de ideias, de contrições e de amor.

É uma fórmula: um homem dedica o seu dia à escuridão do gesto, submete
o corpo aos instintos mais pesados, toma banho de pijama, não olha pela
janela nem atravessa pontes.
E o resultado: um dia de chumbo em excesso para o somatório de cicatrizes,
um nível abaixo do penteado.
A liberdade é, nestes casos, o maior desperdício de um homem-livro, uma
tirania difícil de inalar.

Dão-lhe a poesia e ele escreve tempestades.
Sílvio Mendes





Comentários

  1. “Nuvens pesadas suspensas sobre muitos homens não os deixam pensar.” – do poema.

    Almas indignadas, e bem, pugnam contra o par Silvano/Anita (Emília).
    Mas, senhores indignados não percam o foco.
    Quando envolvem no mesmo pacote os deputados Sónia Fertuzinhos, Carlos César e outros tantos que já nem me lembro do nome?
    E os bloquistas escandalizados (quais virgens ofendidas) quando metem no mesmo pacote o rapaz de Leiria, o outro de Braga e o “inteligente” da Madeira?
    Não se esqueçam desse assuntinho, seus revoltados!!!!

    E o Presidente da AR que no caso das moradas se borrifou no assunto está agora muito perturbado. Um MUST!
    E ver o video do “Sonso” Medina a retirar o micro a um munícipe quando este pede a palavra. Que lição de princípios de ética republicana…

    Bem questiona a jornalista Liliana Borges, no Público: “O silêncio total do Parlamento, quer do lado da direita, quer do lado da esquerda que num outro assunto já estaria a aproveitar para criticar (e bem) só nos atira para uma simples mas evidente pergunta: andam todos a fazer o mesmo e estão a proteger-se?”

    Termino com uma frase de João Craveiro, encontrada na net: “The first rule of Fight Club is: you do not talk about Fight Club.”

    E no Pai Natal, acreditam?

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