As intercalares dos EUA

A estratégia eleitoral de Trump para as intercalares de terça-feira é clara: malhar nos migrantes, fazer deles uma "ameaça" para os EUA.

A táctica também é clara: aproveitar o novo fenómeno de migração continental, as caravanas, para dramatizar o máximo possível; para além disso que já não era pouco, Trump está também a ameaçar que retira, através de uma "ordem executiva", o ancestral "direito de solo", que dá automaticamente cidadania a qualquer bebé nascido nos EUA.

O público-alvo de Trump também é conhecido — os "deserdados" da globalização (que se percepcionam como tal, mesmo que não o sejam).

Tudo isto é trivial e está a ser dito em todo o lado.

O que não está a ser dito e eu não consigo apanhar informação do terreno é o que está a acontecer com um segmento desse público-alvo que — como planeou Stephen K. Bannon — ia ser especialmente focado: os ex-eleitores de Bernie Sanders e da sua retórica anti-mundialista. 


Steve Bannon, fotografia de Brendan Smialowski/
(daqui)

Se estes eleitores forem apanhados pelas fake-news trumpistas e pelo algoritmo — mais um imigrante = menos um emprego —, e não tenho nenhum indicador sobre isso porque é assunto fora dos radares dos media, as eleições de terça-feira podem ser, tal como aconteceu com as presidenciais de há dois anos, um banho de água gelada para os democratas e o fim da possibilidade de impeachment, apesar da conexão russa e do nepotismo do clã Trump.

Comentários

  1. Eleições Intercalares (antecipadas) em Portugal?

    Por razões pessoais pouco ou nada me interessa o mundo militar. Dei o meu contributo, obrigatório, e acabou. A propósito de Tancos, pouco mais consigo ler que os títulos dos jornais. Sou um “ (des) informado tipo CMTV…”!

    Mas, há um factor que, nos últimos dias, me chamou a atenção: o nervosismo de Marcelo Rebelo de Sousa. Afirma, infirma, desafirma, confirma, inspira, respira, espirra e culmina com o título do “Público”, hoje 3 de Novembro: “Se pensam que me calam, não me calam”.

    Eh,lá! Mas, o que é isto, pá?
    Calar o PR, o chefe das Forças Armadas? Mas, que porra de jogadas mafiosas, esquemas pantanosos estão a decorrer?

    O que há debaixo do tapete?

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    1. Esta aflição não é nova, JB, escrevi isto no FB em 12 de Outubro:

      «O caso de Tancos tem que ser "apurado integralmente, doa a quuuuãe doer", tremelicou da voz o presidente Marcelo, anteontem.»

      E em 26/10:
      «O que há duas semanas, em 12 de Outubro, se pressentia, agora é claro.

      O elefante no meio da sala chamado Tancos vai suscitar a pergunta que ninguém, nem aqui nas redes sociais, ainda fez:

      — o ministro da defesa disse do embuste do aparecimento das armas ao PM; e este disse ao PR?

      Uma coisa é certa — a resposta de Marcelo e Costa ao lançamento do livro de Cavaco foi, acima de tudo, de concertação entre os dois e descreve tudo o que vai acontecer: o PR não diz o que o PM lhe disse, o PM não diz o que o PR lhe disse.»

      (muito se deve ter rido o Cavaco de estar a servir de espelho para os recados entre o PM e o PR)

      ----
      Grande abraço

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  2. Certo! Obrigado.

    Mesmo para um pouco atento, dá para entender, que o pântano recompõe-se e, no fim, nada acontecerá.

    A escrever este comentário e decidi acompanhar com música. Música com ligação a Tancos….

    O filme: The Thomas Crown Affair - OST (1968) - The Boston Wrangler
    https://youtu.be/yUIEdjXu3nI

    Michel Legrand fez uma banda sonora superior
    Steve McQueen e Faye Dunaway são maravilhosos

    Como roubar bancos e enganar as seguradoras!

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    1. Música cool imprópria para ser posta como "música ambiente" em bancos e seguradoras
      :-)

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