Coragem*
* Hoje no Jonal do Centro
1. Há exactamente duas semanas e dois dias, a polícia iraniana irrompeu pela casa de Nasrin Soutoudeh e levou para a prisão aquela advogada defensora dos direitos humanos. Não foi a primeira vez que tal aconteceu a esta Mulher corajosa - já tinha estado presa pelo regime teocrático do Irão de 2010 a 2013. Foi durante esses amargos anos que ela recebeu, e muito bem, o Prémio Sakharov.
Desta vez, a advogada estava em casa com sua filha de 18 anos que preparava os exames para a entrada na universidade. Foi dito a Nasrin que ela tinha sido condenada à revelia a cinco anos de prisão. Foi-lhe dito isso e mais nada do que isso. Ela não faz ideia do que se passou no julgamento. Não sabia, tão pouco, que o mesmo estava a acontecer.
Sabe-se que, nas semanas que precederam a sua prisão, Nasrin Soutoudeh tinha tomado uma posição firme contra uma norma do código de processo penal iraniano de 2015 que, em determinados "crimes", proibe os acusados de terem acesso a advogados independentes, só podem ser "defendidos" por advogados autorizados pelo regime.
Por exemplo, em Teerão, dos sessenta mil advogados activos só há vinte a poderem "representar" as mulheres que cometem o "crime" de aparecerem sem hijab em público. E, como se sabe, muitas têm sido as Mulheres que têm lutado contra a obrigatoriedade dos véus. Cheias de coragem, destapam a cabeça, sobem às caixas de electricidade espalhadas pelas ruas e publicam esses actos de liberdade nas redes sociais. Muitas têm sido presas pela sinistra polícia moral dos aiatolas.
2. Durante o jogo Portugal-Irão, duas mulheres lindas, de cabelo negro ao vento, uma delas a sorrir, a outra a gargalhar, ambas com o verde, o branco e o vermelho da bandeira iraniana pintados nas suas caras, apareceram, sem véu nenhum, nos écrãs de todo o mundo. Nos do Irão também.
Tão belas. Tão belas como a trivela de Ricardo Quaresma.
1. Há exactamente duas semanas e dois dias, a polícia iraniana irrompeu pela casa de Nasrin Soutoudeh e levou para a prisão aquela advogada defensora dos direitos humanos. Não foi a primeira vez que tal aconteceu a esta Mulher corajosa - já tinha estado presa pelo regime teocrático do Irão de 2010 a 2013. Foi durante esses amargos anos que ela recebeu, e muito bem, o Prémio Sakharov.
Desta vez, a advogada estava em casa com sua filha de 18 anos que preparava os exames para a entrada na universidade. Foi dito a Nasrin que ela tinha sido condenada à revelia a cinco anos de prisão. Foi-lhe dito isso e mais nada do que isso. Ela não faz ideia do que se passou no julgamento. Não sabia, tão pouco, que o mesmo estava a acontecer.
Sabe-se que, nas semanas que precederam a sua prisão, Nasrin Soutoudeh tinha tomado uma posição firme contra uma norma do código de processo penal iraniano de 2015 que, em determinados "crimes", proibe os acusados de terem acesso a advogados independentes, só podem ser "defendidos" por advogados autorizados pelo regime.
Por exemplo, em Teerão, dos sessenta mil advogados activos só há vinte a poderem "representar" as mulheres que cometem o "crime" de aparecerem sem hijab em público. E, como se sabe, muitas têm sido as Mulheres que têm lutado contra a obrigatoriedade dos véus. Cheias de coragem, destapam a cabeça, sobem às caixas de electricidade espalhadas pelas ruas e publicam esses actos de liberdade nas redes sociais. Muitas têm sido presas pela sinistra polícia moral dos aiatolas.
Fotografia AFP/Getty Images |
Tão belas. Tão belas como a trivela de Ricardo Quaresma.
Portugal – país onde “Pode-se escrever”. Obrigado, glorioso 25!
ResponderEliminarComentários avulsos:
1.Ler este texto (muito bom) do Sr Gato, talvez ajude a compreender como é que a figura de Carlos Aiatolá Queirós se sente como “peixe na água” no Irão.
Se alguém não conhecia a tortuosa e racista personalidade do treinador ficou esclarecido na sequência das suas atitudes, durante e após o jogo Irão/Portugal.
Ficará bem na estória como: ”O treinador do regime”!
2.Já comentei o facto (post em 27 de junho de 2018) e continuo estupefacto como o Sr Ministro da Cultura (existirá?) continua em silêncio face à (prestigiante) nomeação de José Tolentino de Mendonça, para bibliotecário do Vaticano.
3.Antecipando cenários
"Residência habitual" do deputado é a que conta para efeito de pagamentos de subsídios
https://www.publico.pt/2018/06/28/politica/noticia/residencia-habitual-do-deputado-e-a-que-conta-para-efeito-de-pagamentos-de-subsidios-1836245
Calculo que os Srs Deputados do círculo eleitoral de Viseu (PS/PPD/CDS) devem ter votado a favor. Conclusão: nestes três partidos não voto.
Tal como não votarei no PCP após a reacionária posição face à proposta de lei da eutanásia.
Como não votarei no BE, também apanhado na rede das moradas falsas (com dois deputados) e que continua a debitar um discurso de “só virtudes”…
Resta o PAN. Mas, verdadeiramente não percebo o que defendem.
Numa encruzilhada, estou?
Calma! Há sempre o voto de protesto: o Branco!
4.Avenças fictícias alimentavam "saco azul" de autarcas do PSD
https://www.publico.pt/2018/06/29/politica/noticia/avencas-ficticias-alimentariam-saco-azul-de-autarcas-do-psd-1836249
Só hoje tive conhecimento da megaoperação Tutti Frutti que envolve autarcas (e não só) do PPD e PS. Um verdadeiro Centrão de negócios! Vivemos numa “terra de primos” e atolados no pântano.
Claro que Joana Marques Vidal, incomoda…!
5.Charlie - Nicol Quinayas.
Grande JB
EliminarOs srs. Costa e Rio bem queriam correr com Joana Marques Vidal.
É o assunto mais importante deste ano político.
Não podemos deixar.
Abraço