Casinhas*
* Publicado hoje no Jornal do Centro
1. A última edição deste jornal informou-nos que o tribunal de Viseu tem extintores sem manutenção, fora do prazo e rejeitados por empresas de segurança.
Esmiuçados os detalhes, chega-se à conclusão do costume: os responsáveis locais não têm autonomia nem para resolver este problema tão pequenino. “Não podemos fazer nada localmente”, assume Maria José Guerra, juiz presidente do Tribunal de Viseu. A coisa, para avançar, tem que percorrer a via-sacra dos pedidos de autorização a uma direcção-geral qualquer.
Com o pretexto do controlo do défice, o centralismo alargou o seu poder o mais que pôde. Lisboa agora manda em tudo.
Em Setembro de 2016, o ministro Cabrita anunciou “155 medidas concretas” para valorizar o interior. Dois anos depois, na Pampilhosa, o ministro Siza acaba de anunciar mais uma pilha de medidas tão “concretas” como as do seu colega Cabrita.
Só que o interior, até para carregar a porcaria de uns extintores, vai continuar a ter de pedir autorização a Lisboa.
2. Foram recuperadas casas em Pedrógão que não eram primeira habitação. Gente oportunista a gozar com a solidariedade dos portugueses. Depois de devidamente comprovadas as vigarices, das duas uma: ou os espertalhões devolvem os apoios ou as novas casinhas devem pura e simplesmente ser terraplanadas.
Entretanto, nas redes sociais e não só, o caso foi visto e comentado pelas pessoas assim: casinhas de Pedrógão, casinhas dos deputados, os mesmos truques.
Já se sabe que os senhores deputados tratam de arredondar o seu fim do mês, que o parlamento vai encomendando pareceres jurídicos que lixiviam tudo e, quando um ou outro deputado é apanhado pelos media, faz-se de morto durante uns tempos até as coisas arrefecerem, e os 36 cêntimos por quilómetro continuam a pingar-lhe na sua conta.
Mas, pela reacção das pessoas esta semana, a coisa arrefece mas nunca esquece. As casinhas de Pedrógão trouxeram para a actualidade, mais uma vez, as casinhas dos deputados.
1. A última edição deste jornal informou-nos que o tribunal de Viseu tem extintores sem manutenção, fora do prazo e rejeitados por empresas de segurança.
Esmiuçados os detalhes, chega-se à conclusão do costume: os responsáveis locais não têm autonomia nem para resolver este problema tão pequenino. “Não podemos fazer nada localmente”, assume Maria José Guerra, juiz presidente do Tribunal de Viseu. A coisa, para avançar, tem que percorrer a via-sacra dos pedidos de autorização a uma direcção-geral qualquer.
Com o pretexto do controlo do défice, o centralismo alargou o seu poder o mais que pôde. Lisboa agora manda em tudo.
Em Setembro de 2016, o ministro Cabrita anunciou “155 medidas concretas” para valorizar o interior. Dois anos depois, na Pampilhosa, o ministro Siza acaba de anunciar mais uma pilha de medidas tão “concretas” como as do seu colega Cabrita.
Só que o interior, até para carregar a porcaria de uns extintores, vai continuar a ter de pedir autorização a Lisboa.
2. Foram recuperadas casas em Pedrógão que não eram primeira habitação. Gente oportunista a gozar com a solidariedade dos portugueses. Depois de devidamente comprovadas as vigarices, das duas uma: ou os espertalhões devolvem os apoios ou as novas casinhas devem pura e simplesmente ser terraplanadas.
Entretanto, nas redes sociais e não só, o caso foi visto e comentado pelas pessoas assim: casinhas de Pedrógão, casinhas dos deputados, os mesmos truques.
Já se sabe que os senhores deputados tratam de arredondar o seu fim do mês, que o parlamento vai encomendando pareceres jurídicos que lixiviam tudo e, quando um ou outro deputado é apanhado pelos media, faz-se de morto durante uns tempos até as coisas arrefecerem, e os 36 cêntimos por quilómetro continuam a pingar-lhe na sua conta.
Mas, pela reacção das pessoas esta semana, a coisa arrefece mas nunca esquece. As casinhas de Pedrógão trouxeram para a actualidade, mais uma vez, as casinhas dos deputados.
"Sem memória não há pensamento, sem pensamento não há ideias, e sem ideias não há futuro" - Natália Correia
ResponderEliminar1- A questão das moradas falsas nunca estará ultrapassada dado o conluio silencioso que existe na AR. Ponto!
2- Enviaram-me este texto:
"Texto no mural do David Rodrigues (um dos mentores da "nova" ideia sobre educação inclusiva) no fbook:
"Não acredito…
Asseguram-me que o Governo das Esquerdas vai perder a maioria por falta do voto dos professores. Eu não acredito.
Só mesmo aqueles que não se lembrem do que é a alternativa ao Governo das Esquerdas lhes fez… Eu acredito que ninguém é tão inconsciente que se suicide por vingança…
Os professores podem estar zangados mas não são burros." (...)"
Sorriu, com desdém, pelo facto de andarem preocupados pelos professores não voltarem a votar no PS. Continua a aguardar pela resposta a uma pergunta básica do questionário: ”há ou não uma atitude mental e política anti profs, no PS?”.
Constato que o PS tem trabalhado com afinco na construção de uma classe docente caladinha, “a Bem da Nação”, subserviente e amorfa. Desde a Lurdinhas que a prática contraria as palavras. Nunca me poderei esquecer do seu sarcasmo, do desprezo e da grosseria com que os seus secretários de estado zurziram publica e sistematicamente a classe docente, começando pela infame campanha de descredibilização da sua imagem junto da opinião pública e dos media. Haja memória!
Todos caladinhos, que essa coisa a que chamaram democracia é um estorvo que não os deixa trabalhar. E com conivência do PC e BE, pois escusam de assobiar para o ar.
E se parássemos para pensar?
Caramba, custa assim tanto?