O tormento *
* No Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 21 de Janeiro de 2011
1. Estão aí as eleições presidenciais.
Este tormento começou há um ano, em Janeiro de 2010, pelas mãos do poeta Alegre e do televangelista Louçã, mais tarde acolitados por Carlos César, o tal que subtraiu os “seus” funcionários aos sacrifícios do PEC3.
Esse trio impôs a vacuidade alegre e tornou impossível o aparecimento de um candidato com espessura, um candidato moderado e sensato capaz de fazer história, isto é, capaz de impedir a reeleição do pior presidente desta nossa terceira república.
Daqui |
Para o tormento ser maior, toda a campanha foi feita com as candidaturas a deitarem trampa para a frente da ventoinha, trampa que depois, evidentemente, se espalhou em todas as direcções.
O blogue Olho de Gato, no sábado, ironizou:
Esgotado o assunto "acções do BPN", propõe-se este tema para a segunda semana da campanha: «o cavaco provoca o cancro do pulmão!»
A segunda semana de campanha, infelizmente, não foi menos infecta. Pelo menos até à altura em que estou a escrever esta crónica (quarta-feira de manhã).
Resta assinalar o que de positivo aconteceu:
— foi bom Cavaco Silva ter decidido não usar outdoors.
Recorde-se: em 2009, os partidos gastaram 29 milhões de euros dos nossos impostos em outdoors. Tem que se aplaudir o que aconteceu agora e desejar que este exemplo de contenção se repita em futuras eleições.
— o candidato Fernando Nobre, um homem bom, não participou em campanhas sujas. Ao menos ele.
2. O resgate grego, em Maio, foi de 110 mil milhões de euros. O irlandês, em Novembro, foi de 85 mil milhões. Esta semana o The Telegraph avançou um número para o bailout português: 80 mil milhões.
Vai ser em Fevereiro?
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