Activos tóxicos *

* No Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 28 de Janeiro de 2011

     

1. Terminou o tormento das presidenciais.    

Abstenção: 53,5%. Votos brancos e nulos: 278 mil (6,2%). José Manuel Coelho (que em todos os dias da campanha disse a palavra “ladrões”): 4,5%. Fernando Nobre (com uma plataforma por uma política limpa): 14,1%.     

A forma como as pessoas não votaram e a forma como as pessoas votaram contém uma mensagem poderosa: os cidadãos sabem que «grande parte da nossa elite política é um “activo tóxico” para o país» (síntese de Fernando Brízio, no Público).     

Está tudo calmo dentro da panela de pressão.

    

2. A votação em Cavaco mostra claramente o que foi dito em devido tempo aqui no Olho de Gato. O PS com um candidato sensato e com espessura podia ter imposto uma segunda volta ao presidente da república.     

Alegre, Louçã e Carlos César foram os três grandes derrotados destas presidenciais.

     

3. «Não gosto de noites de facas longas», disse logo no início da noite eleitoral o deputado “europeu” do bloco de esquerda Miguel Portas.     

«Os partidos de direita já começaram a afiar as facas», disse mais tarde Francisco Louçã.      

Percebeu-se: há facas no bloco. 

Imagem daqui

Dizia-se antigamente nas aldeias quando se ouvia a gaita do amolador: «vem aí chuva!»

     

4. No distrito, Mangualde e Resende foram os únicos concelhos em que Manuel Alegre teve uma votação acima da média nacional. João Azevedo e António Borges destacam-se sempre.     

Já na capital do distrito, Manuel Alegre ficou 5% abaixo da média nacional e foi o único concelho do distrito em que Alegre foi humilhado por Fernando Nobre.     

Depois da deserção de Miguel Ginestal do lugar para que foi eleito, o PS no concelho de Viseu é um “activo tóxico”. E a tranquilidade do dr. Ruas.     

Uma nota final: S. Pedro do Sul adora José Manuel Coelho. 5,2% é notável. O homem merece tratamento vip nas termas.

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