D. Afonso Henriques*
* Publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 9 de Maio de 2008
1. A sessão do 25 de Abril deste ano da Assembleia Municipal de Viseu, teve intervenções de Flórido Marques, João Lima, Vítor Boga e Carlos Coelho de Sousa, deputados eleitos em Viseu, em 1975, nas primeiras eleições democráticas após o 25 de Abril.
Todos eles assinalaram a extraordinária qualidade política e humana dos deputados da Constituinte. Os deputados que fizeram a nossa constituição eram, de facto, a “nata da nata”. Depois, a qualidade foi caindo.
O politólogo Joaquim Aguiar explica muito bem como foi a evolução da nossa classe política nestes últimos trinta e quatro anos: primeiro, tivemos os “fundadores”; depois, os “sucessores”; agora é o tempo dos “funcionários”.
2. Vítor Boga, bem-humorado, preveniu que a sua intervenção, na Assembleia Municipal, não ia ser “comprida e pesada como a espada de D. Afonso Henriques”. Esta referência ao nosso primeiro rei foi a motivação que eu precisava para acabar de ler Viseu, Agosto de 1109, Nasce D. Afonso Henriques, de Almeida Fernandes, em boa hora reeditado pela Fundação Mariana Seixas.
Atirei-me ao livro logo naquela tarde. Quatro ideias:
i) As notas deviam estar em rodapé; não é fácil ter que marinhar no livro para a frente e para trás 406 vezes;
ii) As terras de Marzubelus foram cedidas por Dona Teresa a dona Gavilhe, em 1125; pergunto aos meus caros vizinhos: foi alguém com apelido Gavilhe que nos vendeu a casa?
iii) É mesmo verosímil que D. Afonso Henriques tenha nascido em Viseu, em Agosto de 1109, e não, como se pensava, em Guimarães;
iv) Esta reviravolta na nossa historiografia confirma, mais uma vez, uma convicção que já tenho há muito tempo: nada há mais instável que o passado.
1. A sessão do 25 de Abril deste ano da Assembleia Municipal de Viseu, teve intervenções de Flórido Marques, João Lima, Vítor Boga e Carlos Coelho de Sousa, deputados eleitos em Viseu, em 1975, nas primeiras eleições democráticas após o 25 de Abril.
Todos eles assinalaram a extraordinária qualidade política e humana dos deputados da Constituinte. Os deputados que fizeram a nossa constituição eram, de facto, a “nata da nata”. Depois, a qualidade foi caindo.
O politólogo Joaquim Aguiar explica muito bem como foi a evolução da nossa classe política nestes últimos trinta e quatro anos: primeiro, tivemos os “fundadores”; depois, os “sucessores”; agora é o tempo dos “funcionários”.
2. Vítor Boga, bem-humorado, preveniu que a sua intervenção, na Assembleia Municipal, não ia ser “comprida e pesada como a espada de D. Afonso Henriques”. Esta referência ao nosso primeiro rei foi a motivação que eu precisava para acabar de ler Viseu, Agosto de 1109, Nasce D. Afonso Henriques, de Almeida Fernandes, em boa hora reeditado pela Fundação Mariana Seixas.
Atirei-me ao livro logo naquela tarde. Quatro ideias:
i) As notas deviam estar em rodapé; não é fácil ter que marinhar no livro para a frente e para trás 406 vezes;
ii) As terras de Marzubelus foram cedidas por Dona Teresa a dona Gavilhe, em 1125; pergunto aos meus caros vizinhos: foi alguém com apelido Gavilhe que nos vendeu a casa?
iii) É mesmo verosímil que D. Afonso Henriques tenha nascido em Viseu, em Agosto de 1109, e não, como se pensava, em Guimarães;
iv) Esta reviravolta na nossa historiografia confirma, mais uma vez, uma convicção que já tenho há muito tempo: nada há mais instável que o passado.
(...)primeiro, tivemos os “fundadores”; depois, os “sucessores”; agora é o tempo dos “funcionários”.
ResponderEliminarE HOJE, os corruptos?
"Deputado do BE deu como morada a sede do partido em Braga" - RTP
Sr, Gato,por favor…
Bolas! Irra!
Nem consigo acompanhar tanta informação.
O mote é sempre o mesmo: corrupção!
Interessante é o acrescentar de novos intérpretes. Gente impoluta, acima de qualquer suspeita, blá…blá.
Sempre a debitar as virtudes e a boa moral!
“Busco um político honrado!” – cartoon de El Roto (no El País) de 1 de maio.
Ao que um amigo me respondeu: ”y búsquedas donde, amigo!”
“Esta mascarada enorme
com que o mundo nos aldraba,
dura enquanto o povo dorme,
quando ele acordar, acaba.”
António Aleixo
Para acompanhar um clássico dos anos 80 em versão soft, a condizer com a minha desilusão.
The Style Council – “My Ever Changing Moods (Piano Version)”
https://youtu.be/f9x-JlyfVRs