Adjectivos*
* Publicado hoje no Jornal do Centro
1. As casas dos políticos vão adquirindo adjectivos cada vez mais delirantes. O deputado bloquista Pedro Soares, apanhado também a arredondar o fim do mês, afirmou-se à RTP com:
— uma “morada estável” (sic) na sede do bloco de esquerda em Braga;
— uma “morada de família” (sic) em Vouzela, nunca registada porque, disse o deputado e escreveu o bloco num comunicado, o custo seria “mais elevado” para o parlamento;
— uma “morada de contacto” (sic) em Lisboa nunca indicada à AR mas registada no tribunal constitucional para “facilidade de contacto” deste.
Há outra telenovela com casinhas de um eleito em Vila Nova de Paiva. O vereador do PSD, Manuel Custódio, alterou a sua morada para Lisboa e quer os 36 cêntimos por quilómetro da praxe. Para já, a coisa empancou num parecer jurídico da CCDRC com dois conceitos intrincados: “domicílio voluntário” (sic) e “domicílio efectivo” (sic).
Saude-se esta adjectivação criativa das casinhas dos políticos. Saude-se também a geografia peculiar do bloco de esquerda que espreita por um canudo Braga e Vouzela e vê a primeira mais perto de Lisboa do que a segunda.
2. No passado fim-de-semana, nas eleições internas do PS no distrito de Viseu, António Costa obteve 96,3% dos votos e o seu opositor Daniel Adrião 3,7%.
Registe-se que, em mais de metade dos concelhos, o voto foi pouco secreto. Com zero votos brancos, zero nulos, zero no Adrião, toda a gente ficou a saber que toda a gente votou Costa.
O aparelho socialista tem esta cultura: elege o líder de turno com votações “norte-coreanas” e faz congressos em que ninguém diz nada fora do guião.
No último congresso de José Sócrates, que podia ter sido filmado por Leni Riefenstahl, todos os vips e todos os não vips repetiram a mesma história da carochinha intitulada PEC4.
Desta vez, o congresso vai parafrasear as ideias de Augusto Santos Silva e celebrar os sucessos de Centeno. E vai fingir que não vê o elefante especado no meio da sala que se chama socratismo.
1. As casas dos políticos vão adquirindo adjectivos cada vez mais delirantes. O deputado bloquista Pedro Soares, apanhado também a arredondar o fim do mês, afirmou-se à RTP com:
— uma “morada estável” (sic) na sede do bloco de esquerda em Braga;
— uma “morada de família” (sic) em Vouzela, nunca registada porque, disse o deputado e escreveu o bloco num comunicado, o custo seria “mais elevado” para o parlamento;
— uma “morada de contacto” (sic) em Lisboa nunca indicada à AR mas registada no tribunal constitucional para “facilidade de contacto” deste.
Há outra telenovela com casinhas de um eleito em Vila Nova de Paiva. O vereador do PSD, Manuel Custódio, alterou a sua morada para Lisboa e quer os 36 cêntimos por quilómetro da praxe. Para já, a coisa empancou num parecer jurídico da CCDRC com dois conceitos intrincados: “domicílio voluntário” (sic) e “domicílio efectivo” (sic).
Saude-se esta adjectivação criativa das casinhas dos políticos. Saude-se também a geografia peculiar do bloco de esquerda que espreita por um canudo Braga e Vouzela e vê a primeira mais perto de Lisboa do que a segunda.
2. No passado fim-de-semana, nas eleições internas do PS no distrito de Viseu, António Costa obteve 96,3% dos votos e o seu opositor Daniel Adrião 3,7%.
Registe-se que, em mais de metade dos concelhos, o voto foi pouco secreto. Com zero votos brancos, zero nulos, zero no Adrião, toda a gente ficou a saber que toda a gente votou Costa.
O aparelho socialista tem esta cultura: elege o líder de turno com votações “norte-coreanas” e faz congressos em que ninguém diz nada fora do guião.
Libé, aqui |
Desta vez, o congresso vai parafrasear as ideias de Augusto Santos Silva e celebrar os sucessos de Centeno. E vai fingir que não vê o elefante especado no meio da sala que se chama socratismo.
Só você Sr. Gato não tem rabo de palha.
ResponderEliminarEu rabos de palha não tenho.
EliminarJá o sr. que não tem a frontalidade de dizer o seu nome e se esconde no anonimato deve ter um rolho grosso de palha bem incrustido que lhe está a dar cabo do esfíncter anal.