Alcatrão neles*
* Publicado há exactamente dez anos, em 21 de Dezembro de 2007
Num longo ensaio, publicado no New York Times, em 17 de Outubro de 2004, Ron Suskind analisou a forma como George W. Bush foi perdendo o contacto com a realidade.
Suskind contou um encontro que teve com um conselheiro de topo do Presidente dos Estados Unidos: «O conselheiro disse que pessoas como eu estavam “naquilo que eles chamavam a comunidade baseada na realidade,” que ele definia como gente que “acreditava que as soluções emergiam a partir do estudo judicioso da realidade discernível.” Eu concordei e murmurei qualquer coisa acerca dos princípios das luzes e do empirismo. Ele interrompeu-me: “Já não é assim que o mundo funciona agora.” Continuou: “Agora somos um império e, quando agimos, criamos a nossa realidade própria. E, enquanto vocês estudam essa realidade, – com profundidade se quiserem – nós actuamos outra vez, criando uma nova realidade, que vocês podem estudar também, e é assim que as coisas vão acontecer. Nós somos actores da história… e vocês, todos vós, ficarão a estudar o que nós fazemos.”»
A “nova realidade” que o bushismo criou no Iraque foi morte, corrupção, violência sectária, degradação das condições de vida, especialmente das mulheres.
Como a nódoa é grande, chegou agora o tempo dos detergentes: Karl Rove, o principal guru de Bush, apareceu na TV a dizer que foi o Congresso, não o Presidente, quem precipitou a guerra do Iraque; Durão Barroso, numa entrevista ao DN, também já se quis pôr fora do filme.
O bando da Cimeira das Lages – Bush, Blair, Aznar, Barroso – ...
... merecia o velho tratamento que era dado aos vilões: pegar nos quatro, levá-los a Campo de Besteiros, aspergi-los de alcatrão de cima abaixo e soltá-los no meio de um aviário cheio de galinhas poedeiras.
Num longo ensaio, publicado no New York Times, em 17 de Outubro de 2004, Ron Suskind analisou a forma como George W. Bush foi perdendo o contacto com a realidade.
Suskind contou um encontro que teve com um conselheiro de topo do Presidente dos Estados Unidos: «O conselheiro disse que pessoas como eu estavam “naquilo que eles chamavam a comunidade baseada na realidade,” que ele definia como gente que “acreditava que as soluções emergiam a partir do estudo judicioso da realidade discernível.” Eu concordei e murmurei qualquer coisa acerca dos princípios das luzes e do empirismo. Ele interrompeu-me: “Já não é assim que o mundo funciona agora.” Continuou: “Agora somos um império e, quando agimos, criamos a nossa realidade própria. E, enquanto vocês estudam essa realidade, – com profundidade se quiserem – nós actuamos outra vez, criando uma nova realidade, que vocês podem estudar também, e é assim que as coisas vão acontecer. Nós somos actores da história… e vocês, todos vós, ficarão a estudar o que nós fazemos.”»
A “nova realidade” que o bushismo criou no Iraque foi morte, corrupção, violência sectária, degradação das condições de vida, especialmente das mulheres.
Como a nódoa é grande, chegou agora o tempo dos detergentes: Karl Rove, o principal guru de Bush, apareceu na TV a dizer que foi o Congresso, não o Presidente, quem precipitou a guerra do Iraque; Durão Barroso, numa entrevista ao DN, também já se quis pôr fora do filme.
O bando da Cimeira das Lages – Bush, Blair, Aznar, Barroso – ...
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... merecia o velho tratamento que era dado aos vilões: pegar nos quatro, levá-los a Campo de Besteiros, aspergi-los de alcatrão de cima abaixo e soltá-los no meio de um aviário cheio de galinhas poedeiras.
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