Fraldiqueiros
Fotografia de Paulo Nozolino |
Meninos, tiveram pouca mamã.
Carências afectivas afunilaram-nos psiquicamente
desde a impoética infância até este corrimento sentimental
em que, grandinhos, se compensam, comprazem.
Continuam a gotejar.
Coitarados!
Gulosos de pontas de dedos,
perdem-se em beijoqueirices, diminutivas ternurinhas.
Têm sempre rebuçadinhos d'alma para as mulheres.
Falam freud ao colo das amigas.
Fraldiqueiros. . .
Vailevar-lhes isso a nojo, machão?
MuIheres gostam. Riem, prazidas.
«Venha cá à mamã!»
O golpe do coitadinho (não confundir com o golpe
do irmãozinho, esse na base do esquema da alma gémea)
é o que estás a ver: saltar para o regaço e pedir nhém- nhém
em nome do Sigismundo, daquele que dizia, salvo erro:
A alma? Geme-a...
Fraldiqueiros
a mandarem beijinhos por teleférico de saliva
Engatinhantes, tiram do estojo complexos em forma de saxofone
e tocantam-lhes a pingona freudista canção do bandido,
Fraldiqueiros. . .
Mulheres gostam. Até onde?
Alexandre O´Neill
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