E do espanto

A cor dos cisnes

consagraram-me
ao espanto
que de minúsculo há
no mar
e ímpar sobre a pele


criança
circuncidada a fogo e morte
(no céu da boca a memória absurda
das abóbadas)


mais
que na cidade
a matriz
dos arranha-céus líquidos


muito mais
que nos cartões
as clandestinas chagas
digitais


o espanto permanece
por frestas e
por ombros
qualquer
onde e
quando
                                              Luiza Neto Jorge

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