Ilha de Elba *
* Publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 5 de Novembro de 2010
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1. Napoleão Bonaparte, depois de se ter afundado no inverno russo, foi em Junho de 1813 tentar convencer Metternich a não entrar na coligação anti-francesa que se estava a formar na Europa.
A conversa, de nove horas, foi dura. O imperador francês usou o pau, a cenoura e todo o catálogo de truques de coacção psicológica para tentar vergar o austríaco.
Metternich descreveu o encontro como uma “estranha miscelânea de assuntos heterogéneos, ora caracterizada pela extrema cordialidade, ora pela mais violenta fúria.”
A certa altura, Metternich insultou o exército francês. Disse que os soldados franceses não eram “mais do que crianças.”
«Você não é um soldado», gritou Napoleão e, furioso e teatral, atirou o chapéu para um canto. Ele, imperador, tinha a expectativa que Metternich lhe fosse apanhar o chapéu. O príncipe não se mexeu.
Quando, depois, Napoleão se teve que abaixar para apanhar o chapéu, disse-lhe Metternich:
«Sire, sois um homem perdido.»
No ano seguinte, Napoleão foi para o exílio na ilha de Elba.
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2. Quando nos visitou, Hugo “por qué no te callas?” Chavez fez-se esperar enquanto fazia o seu show de tv em directo para a Venezuela. A seguir tomou café, telefonou, e deambulou para a frente e para trás. A certa altura, deixou cair uma folhas.
Elas, as folhas, ficaram no chão já que Chavez, imperial, não fez um gesto para as apanhar.
Como conta o Expresso, Sócrates “hesitou… avançou, baixou-se para recolher os papéis que o líder da Venezuela não se deu ao trabalho de apanhar.” Disse-lhe Chavez:
«O amigo José, um bom homem.»
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3. Nunca, nesta terceira república, a esquerda teve candidatos tão fracos a umas eleições presidenciais.
O ego inflado de Manuel Alegre tanto tentou a bissectriz ao PS e ao bloco que criou um híbrido nem carne nem peixe.
Cavaco Silva agradece.
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