White lies
The lies I could tell,
when I was growing up
light-bright, near-white,
high-yellow, red-boned
in a black place,
were just white lies.
I could easily tell the white folks
that we lived uptown,
not in that pink and green
shanty-fied shotgun section
along the tracks. I could act
like my homemade dresses
came straight out the window
of Maison Blanch. I could even
keep quiet, quiet as kept,
like the time a white girl said
(squeezing my hand), Now
we have three of us in this class.
But I paid for it every time
Mama found out.
She laid her hands on me,
then washed out my mouth
with Ivory soap. This
is to purify, she said,
and cleanse your lying tongue.
Believing her, I swallowed suds
thinking they'd work
from the inside out.
Natasha Trethewey
* Natasha Trethewey nasceu em 1966 em Gulfport, Mississippi, numa época em que o casamento interracial de seus pais era considerado crime naquele estado. No certificado de nascimento, no espaço destinado a ser preenchido com a raça da mãe, surge a expressão "colored", e no do pai, um americano branco nascido na Nova Escócia, surge a expressão "Canadian".
O poema "White Lies", de Natasha Trethewey - escritora que pertence à mais jovem geração de poetas norte-americanos, - plasma num tom inocente a atitude adolescente de uma rapariga mestiça, filha de pai branco e mãe negra, portanto, mas suficientemente clara para conseguir "passar por branca" numa sociedade subjugada pelo enorme peso do racismo.
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