Comer a chuva
comer a chuva
com o estômago vazio
mais uma vez
pingo
a pingo
até sentir sede
correr ao relento
desafiando os resfriados
que chegam mais fácil
com o avanço dos anos
sentir o solo nu
nas solas nuas dos pés
plantar-se
sem deixar raízes
se acostumar com o silêncio
jamais acender as velas
ou os lampiões
não sorrir à toa
gastar as horas
contemplando o
pasto árido
o dia de amanhã
vai ser inédito
igual a todos os outros
que já vivemos
Camila Assad
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