Os últimos guardanapos represos na caruma

Le déjeuner sur l'herbe 
Édouard Manet (1862 - 1863)


Os últimos guardanapos represos na caruma
as caricas espalhadas pelo chão
Tudo se apanha num saco de plástico inutilizado

Mas onde guardar o peito refeito dos
aromas do
mar
queimado do braseiro
abafado

Entra-se em casa Irrespirável
Abrem-se as janelas
de par em par
Abrem-se os braços
a distender o peito
É preciso ar
mais ar

E o ar não chega

O pique-nique por lá ficou
na clareira umbrosa
Fátima Oliveira




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