Da poesia como esmola do riso

Fotografia de Shashank Thapa

A fisionomia do tempo
não é o mar das tuas rugas
mas a intocabilidade com que sorris.

Dizia o Breton que a eternidade
sempre busca
o seu relógio de pulso,

ora está na casca do pêssego
ora esparsa-se o tique-taque
no brilho dos teus dentes

— esquecido de si.
Ai, que coisa tão linda!
E chega!
António Cabrita




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