Monocultura*
* Hoje no Jornal do Centro
1. Está a ser publicado nos jornais, como publicidade paga, um “Manifesto por uma Floresta não Discriminada” ilustrado com uma fotografia XXL de um eucalipto com a legenda: “o bode expiatório”.
O documento anuncia “duas páginas de factos sobre a floresta que vale a pena ler” e é subscrito por académicos, câmaras, entidades da indústria e da produção florestal, ex-políticos e dois no activo: o eurodeputado Fernando Ruas e Vasco Estrela, o presidente da câmara de Mação.
Das oito câmaras que o subscrevem, a maioria tem fábricas de papel nos seus territórios. Não é o caso da câmara de Mortágua, mas não é surpresa nenhuma a sua presença ao lado deste lóbi. Mortágua sempre apostou forte na silvicultura industrial.
O manifesto apresenta argumentos pró-eucalipto que merecem leitura e escrutínio atento e sem preconceitos. Só assim podemos evitar que este lóbi compre a decisão política e faça da região uma monocultura de eucaliptos.
Há uma característica daquela árvore que até estes seus defensores concedem que é má — a “regeneração natural por via seminal”. Esta é a designação técnica para os rebentos que estão a surgir em força nas áreas ardidas e que, diz o manifesto, “devem ser objecto de acções de controlo e arranque”.
Ora, esse controlo não está a ser feito em lado nenhum. Há uma ou outra acção de relações públicas, uma ou outra iniciativa da sociedade civil, mas não há remoção sistemática daquela praga.
2. Depois do episódio em que a vereadora/deputada socialista Lúcia Silva chegou, assinou e bazou, a assembleia municipal de Viseu passou a querer disciplinar o pagamento das senhas de presença dos seus membros.
Faz bem: os deputados municipais só devem receber quando estiverem presentes no debate e votação dos pontos da ordem de trabalhos.
Já o período de antes da ordem do dia, esse looongooo bocejo de mesmice e sexo dos anjos, não deve ser obrigatório. A presença que fique a depender da maior ou menor pulsão masoquista de cada um.
1. Está a ser publicado nos jornais, como publicidade paga, um “Manifesto por uma Floresta não Discriminada” ilustrado com uma fotografia XXL de um eucalipto com a legenda: “o bode expiatório”.
O documento anuncia “duas páginas de factos sobre a floresta que vale a pena ler” e é subscrito por académicos, câmaras, entidades da indústria e da produção florestal, ex-políticos e dois no activo: o eurodeputado Fernando Ruas e Vasco Estrela, o presidente da câmara de Mação.
Das oito câmaras que o subscrevem, a maioria tem fábricas de papel nos seus territórios. Não é o caso da câmara de Mortágua, mas não é surpresa nenhuma a sua presença ao lado deste lóbi. Mortágua sempre apostou forte na silvicultura industrial.
O manifesto apresenta argumentos pró-eucalipto que merecem leitura e escrutínio atento e sem preconceitos. Só assim podemos evitar que este lóbi compre a decisão política e faça da região uma monocultura de eucaliptos.
Há uma característica daquela árvore que até estes seus defensores concedem que é má — a “regeneração natural por via seminal”. Esta é a designação técnica para os rebentos que estão a surgir em força nas áreas ardidas e que, diz o manifesto, “devem ser objecto de acções de controlo e arranque”.
Fotografia Olho de Gato |
2. Depois do episódio em que a vereadora/deputada socialista Lúcia Silva chegou, assinou e bazou, a assembleia municipal de Viseu passou a querer disciplinar o pagamento das senhas de presença dos seus membros.
Faz bem: os deputados municipais só devem receber quando estiverem presentes no debate e votação dos pontos da ordem de trabalhos.
Já o período de antes da ordem do dia, esse looongooo bocejo de mesmice e sexo dos anjos, não deve ser obrigatório. A presença que fique a depender da maior ou menor pulsão masoquista de cada um.
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