2008*

* Publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 26 de Dezembro de 2008

1. Este ano, durante a greve dos camionistas, houve uma corrida aos combustíveis e aos supermercados. Esteve-se a milímetros do caos.

As gerações mais novas, habituadas ao “leve 3 e pague 2”, ficaram a saber o que é açambarcamento de produtos. Os cotas recordaram tempos maus.

2. Foi metido muito dinheiro debaixo dos colchões no período mais agudo da crise dos bancos. Quando, num sábado à tarde, o Multibanco avariou durante uma horas, sentiu-se um calafrio. Ups!

Bismarck disse uma vez que, para sossego social, é melhor as pessoas não saberem como são feitas as leis ou as salsichas. Pelo que se tem visto, é melhor desconhecermos também como é feita a gestão dos bancos. Até para ficarmos tão informados como Vítor Constâncio.

3. Ao longo de 2008 foi aumentando o fosso entre o que diz Maria de Lurdes Rodrigues e a realidade nas escolas. Esse fosso é já um delírio.

A avaliação de professores, de remendo em remendo, de simplex em simplex, ficou só um faz-de-conta irritante.

Muito mais grave: a avaliação dos alunos é agora uma estatística cor-de-rosa sem credibilidade.

4. Neste ano de todos os perigos viu-se bem que o governo tem quatro políticos excepcionais: José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Teixeira dos Santos e Vieira da Silva. É graças a eles que o PS resiste nas sondagens.



5. Uma imagem especular só existe quando há algo à frente do espelho. 

Num espelho não há uma imagem. Num espelho acontece uma imagem.

Até 18 de Janeiro, na ACERT, em Tondela, há uma exposição de fotografias (e espelhos) de Alberto Plácido

Se for lá, e entrar no poliedro que está no meio da galeria, nunca mais esquece a experiência…

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