caçar a água
caçar a água
no veludo escarlate da sede
pela madrugada
no coração tenro
da neblina
antes que a maré suba
os labirintos
aos pássaros
revelar a pedra
ensinar o lado de dentro
do musgo
a curva macia
dos seixos
porque a loucura
deve ser rasgada por dentro
com as mãos cravadas numa ponte
acesa ao abismo
Gil T. Sousa
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