¿Qué haces aquí? / Que fazes aqui?

Crei que te había dicho adiós,
un adiós contundente, al acostarme
cuando pude por fin cerrar los ojos
y olvidarme de tí y de tus argucias
de tu insistencia, de tu mala baba,
de tu capacidad para anularme.
Creí que te había dicho adiós
del todo y para siempre, y me despierto
y te encuentro denuevo junto a mi,
dentro de mi, abarcándome, a mi vera,
invadiendome, ahogandome, delante
de mis ojos, enfrente en mi vida
debajo de mi sombra, en mis entrañas,
en cada pulso de mi sangre, entrando
por mi nariz cuando respiro, viendo
por mis pupilas, arrojando fuego
en las palabras que mi boca dice.
Y ahora ¿que hago yo? ¿como podría
desterrarte de mi o acostumbrarme
a convivir contigo? empezaremos
por demostrar modales impecables.
Buenos dias, tristeza.
Amalia Bautista


Julgava que te tinha dito adeus,
um adeus contundente, ao deitar-me,
quando pude por fim fechar os olhos,
esquecer-me de ti, dessas argúcias,
dessa tua insistência, teu mau génio,
tua capacidade de anular-me.
Julgava que te tinha dito adeus
de todo e para sempre, mas acordo,
encontro-te de novo junto a mim,
dentro de mim, rodeias-me, a meu lado,
invades-me, afogas-me, diante
dos meus olhos, em frente à minha vida,
por sob a minha sombra, nas entranhas,
em cada golpe do meu sangue, entras
por meu nariz quando respiro, vês
pelas minhas pupilas, lanças fogo
nas palavras que minha boca diz.
E agora que faço?, como posso
desterrar-te de mim ou adaptar-me
a conviver contigo? Principie-se
por demonstrar maneiras impecáveis.
Bom dia, tristeza.
Amalia Bautista
Trad.: Joaquim Manuel Magalhães


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