O jardim *

* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 28 de Novembro de 2013

War nam nihadan é uma expressão persa que quer dizer «matar uma pessoa, enterrar o corpo e plantar flores sobre a cova para a esconder».**

War nam nihadan é o que António Almeida Henriques fez no primeiro mês de mandato: mal tomou posse, tratou logo de matar o ruísmo, de o enterrar bem enterrado e, a seguir, sobre a cova, iniciar um jardim.

Já lá pôs duas flores não eleitas da sua lista: a advogada Ana Paula Santana nos parques empresariais e o arquitecto Fernando Marques no centro histórico.


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Uma equipa dirigida por João Ferrão fez um estudo comparativo da situação das famílias e das empresas entre o triénio 2005/07 (antes da crise sistémica global) e o triénio 2009/11 (logo depois). 

No concelho de Viseu, os índices familiares evidenciaram estabilidade entre os dois triénios, já os empresariais deterioraram-se muito.

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Ora, não é bom ver António Almeida Henriques nomear para a captação de investimento nos parques empresariais uma pessoa que percebe tanto daquilo como de lagares de azeite. 

O centro histórico é também um tópico central na vida da cidade e, para já, aconteceu um emprego, pensamento é que nenhum.

Espera-se que a oposição na câmara e na assembleia municipal, os media e a blogosfera escrutinem bem este jardim, para já pouco entusiasmante, do novo presidente da câmara de Viseu.

** Entre aspas de "O ano em que sonhámos perigosamente", de Slavoj  Žižek

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