O ministro Relvas*
* Publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, 1 de Junho de 2012
1. Realizam-se amanhã as eleições para a concelhia do PS-Viseu. Lúcia Araújo Silva e Filipe Nunes fizeram campanhas sensatas e apresentaram programas muito parecidos, focados num objectivo: ganhar para o PS a câmara de Viseu.
Melhor da campanha: finalmente todo o partido percebeu que a deserção em massa dos vereadores socialistas iniciada por Miguel Ginestal foi uma afronta ao voto dos viseenses e não se pode repetir.
Pior da campanha: os dois candidatos acham suficiente que a escolha do candidato à câmara de Viseu seja feita em primárias fechadas, em que só votam os militantes.
Ao contrário do que julgam os dois candidatos, promover “grupos de reflexão” com um ramalhete de independentes é muito pouco como abertura à sociedade. Estes grupos, normalmente, limitam-se a inventar a roda.
Ainda há tempo para abrir de facto o partido à cidade e ao concelho: basta fazer primárias abertas, como foi feito em França com Hollande, umas primárias em que possam votar todos os militantes socialistas, mas não só eles.
2. Hipercinético, o ministro Relvas avança sempre de sorriso aberto e descariado para a canseira do dia-a-dia.
O ministro Relvas tanto avia mil milhões para o dr. Ruas como proíbe saladas de Futre na RTP.
O ministro Relvas tanto lê clippings do avental como faz telefonemas tu-cá-tu-lá a jornalistas.
Enquanto o país se distrai com o ministro Relvas, a terceira república vai-se degradando. Enquanto as elites fazem da política um negócio, a justiça faz questão de nunca prender uma gravata de seda.
O ó-abreu-dá-cá-o-meu do sr. Isaltino prescreveu.
O ó-abreu-dá-cá-o-meu-parking do sr. Névoa prescreveu.
O ó-abreu-leva-lá-o-meu-pró-offshore dos tubarões da “operação furacão” está só à espera que passe o tempo para prescrever.
O ministro Relvas, descariado, ri. De que rirá o ministro Relvas?
Comentários
Enviar um comentário