O prós e prós *
* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 3 de Fevereiro de 2012
1. Durante o debate do orçamento, o PS propôs que se taxasse em IRS o uso particular dos carros oficiais. A proposta não queria proibir o uso privado dos carros do estado, queria só onerar esse uso.
Ora, por definição, carro oficial é para uso oficial. A malta dos tachos não tem que levar taxa, tem é que passar a usar o seu carrinho particular quando precisa de ir às compras ou levar os meninos ao colégio.
A melhor maneira para evitar abusos é só uma: recuperar um antigo costume e obrigar a que todos os carros oficiais tenham identificação. Se o bêéme escuro tiver uma placa bem visível a dizer “Estado” ou “Câmara Municipal de ...”, o boy que o usa não o leva para o parque de estacionamento da discoteca.
2. O programa “Prós e Prós” da RTP foi a Luanda fazer um dos seus costumeiros “felatios” políticos. A seguir, Pedro Rosa Mendes, numa crónica na “rádio pública”, bateu forte naquele programa da “televisão pública” e foi despedido. Este lamentável caso comprova o que já se sabia: o chamado “serviço público” está sempre às ordens do poder do momento.
O problema é que a RTP leva por dia um milhão de euros dos nossos impostos para fazer o mesmo que fazem as privadas. É preciso que o “serviço público de rádio e televisão” passe a viver só da taxa audiovisual que pagamos na conta da luz todo os meses, e sem publicidade nem transferências do orçamento de estado.
Ministro Relvas, faça o que tem a fazer.
3. José Junqueiro, em nome do PS, veio defender que a limitação de mandatos autárquicos é só geográfica e não funcional.
Este politiquês quer dizer o seguinte: em 2013, Carlos Marta vai poder ser, se quiser, candidato à câmara de Viseu.
Isso gela os laranjas locais que já não pensam no dr. Ruas e só pensam na herança do dr. Ruas.
A vida anda a correr bem ao incansável Junqueiro.
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