Gaiolas *
* Publicado hoje no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 10 de Fevereiro de 2012
1. Desde o princípio do ano, são proibidas na “Europa” as gaiolas de bateria onde as galinhas não se podem mexer.
Agora as gaiolas têm que ter uma área que dê a cada ave uma qualidade de vida mínima. Esta directiva comunitária é já de 1999 mas foram concedidos 12 anos de adaptação aos aviários.
A “Europa” é pioneira no mundo em matéria de direitos dos animais e isso deve constituir um orgulho para os europeus e isso é fruto de um trabalho admirável das associações de defesa dos animais.
Peter Singer, professor de bioética da Universidade de Princeton e um dos pioneiros da defesa dos direitos dos animais, escreveu em “Escritos para uma vida ética”: “A dor é má e quantidades similares de dor são igualmente más, seja quem for aquele que sofre” e “os seres humanos não são os únicos seres capazes de sentir dor ou de sofrer e a maior parte dos animais não humanos pode sentir dor.”
É evidente que há dor inevitável, que há até dor necessária (na cadeira do dentista, por exemplo), mas que é ético evitar-se sempre que possível a dor de todos os animais (humanos ou não).
Este pensamento poderoso e decente levou à directiva comunitária contra as gaiolas de bateria e tem posto os direitos dos animais na agenda pública.
Na “Europa”, os partidos tradicionais de poder e os partidos tradicionais de protesto estão a perder votos para a abstenção, para partidos populistas e para partidos temáticos, como os de defesa dos direitos dos animais e da liberdade na internet.
Isso também já cá chegou: na Madeira o bloco de esquerda foi varrido do parlamento regional e no seu lugar está o PAN (partido pelos animais e pela natureza).
2. A uma disputa sobre palavras ou laracha inútil chama-se logomaquia. Nas redes sociais, nos blogues, nos media e na política a logomaquia desta semana foi muito piegas.
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