As coisas que importam
de Al Capone leiloado em Londres.
E eu em Maputo. Que falta de pontaria
para o destino! Serei sempre como a figueira,
molenga, uma alma
que é uma espelunca-de-aluger
e incapaz de frutificar a tempo
de ter as raízes pisadas
pelas olorosas sandalinhas de Cristo.
Já perdi por um fio a guilhotina
de Robespierre, um tufo da melena
de Hitler, uma sela marchetada a marfim
de Bush, o texano, um selo exortativo
da Grã Perenidade de Mugabe
e dois botões de punho de Kadafi.
Só nos últimos 6 meses.
É isto, sem nada para deixar aos filhos.
Talvez um 123 para porem as farófias
no ponto, mas, é lá o mesmo!
A minha vida deslaça sem que eu adira,
ainda que simbolicamente, a um crime
de monta, uma crueldade com estardalhaço
que vergue de medo a própria sombra.
Que tristeza ó minha mãe, que me erodiste
a ruindade: eis-me um podengo
do bem! Venha uma revoluçãozinha,
onde eu pudesse fuzilar os refractários
e alguns poetas mais burgueses!
Chamava-lhes um figo. Hum!
Não há aí quem queira leiloar
esta minha incapacidade para estar
onde as coisas que importam acontecem?
Eu vendo, por muito dinheiro!
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