Antes: "Madrugada sem sono"; depois: "Já não choro por ti"

Fotografia de Renè Müller

Na solidão a esperar-te

Meu amor fora da lei

Na solidão a esperar-te

Meu amor fora da lei


Mordi meus lábios sem beijos

Tive ciúmes, chorei

Mordi meus lábios sem beijos

Tive ciúmes, chorei


Despedi-me do teu corpo

E por orgulho eu fugi

Despedi-me do teu corpo

E por orgulho eu fugi


Andei dum corpo a outro corpo

Só pra me esquecer de ti

Andei dum corpo a outro corpo

Só pra me esquecer de ti


Embriaguei-me, cantei

E busquei estrelas na lama

Embriaguei-me, cantei

E busquei estrelas na lama


Naufraguei meu coração

Nas ondas loucas da cama

Naufraguei meu coração

Nas ondas loucas da cama


Ai abraços frios de raiva

Ai beijos de nojo e fome

Ai abraços frios de raiva

Ai beijos de nojo e fome


Ai nomes que murmurei

Com a febre do teu nome

Ai nomes que murmurei

Com a febre do teu nome


De madrugada sem sono

Sem luz, sem amor, nem lei

De madrugada sem sono

Sem luz, sem amor, nem lei


Mordi meus brancos lençóis

Tive saudades, chorei

Mordi meus brancos lençóis

Tive saudades, chorei


De madrugada sem sono

Sem luz, sem amor, nem lei

De madrugada sem sono

Sem luz, sem amor, nem lei


Mordi meus brancos lençóis

Tive saudades, chorei

Mordi meus brancos lençóis

Tive saudades, chorei

João Black



 

 


Já não choro por ti

Já não vou de rua em rua

No encalce de quem

Saiba dar notícia tua


Já não vejo em toda a parte

O teu rosto, o teu andar

Nas silhuetas a passar

Já não julgo avistar-te


Já não faço por ti

Cada milha, cada légua

Já não é o teu nome

A senha final da trégua


Já não paro cativa

Nos calaboiços da lua

De sonhar ainda ser tua

A não querer sequer estar viva


Não aguardo de ti

Um sinal ou um aviso

Não me apanho em batalhas

De roubar-te um sorriso


E o prazer sem cerimónia

Com que às vezes apontavas

O que em mim tu não gostavas

Já não me lembro a cada insónia


Já não amo por ti

Com fervor nem desespero

Não disfarço querer-te

No corpo de quem não quero


Não me lanço em balada

Em baloiços de aguardente

Para braços de outra gente

Que de mim não sabe nada


Não suspiro por ti

Sobre ti não me debruço

E se às vezes lamento

Ainda choro, soluço


Não é por me iludir

Vou chorar por alguém

Choraria eu por quem

Já não choro por ti

Jorge Cruz




Gisela João conta a história destas duas canções aqui, a partir dos 8'17":


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