Ode do ciúme
Semelhante aos deuses me parece
o homem que diante de ti se senta,
e, tão doce, a tua voz escuta,
ou amoroso riso – que tanto agita
meu coração de súbito, pois basta ver-te
para que não atine com o que digo,
ou a língua se me torne inerte.
Um subtil fogo me arrepia a pele,
deixam de ver meus olhos, zunem-me os ouvidos,
o suor inunda-me o corpo de frio,
e tremendo toda, mais verde que as ervas,
julgo que a morte não pode já tardar.
Safo
Trad.: Eugénio de Andrade
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