Abrimos os tijolos um a um


Abrimos os tijolos um a um,
esticamos os músculos no calo
as fezes nos carregamentos

Sabemos os ossos infectados
na chapa quente, o chão batido na terra
a destapar-nos, os tijolos nos ombros
o pó fino a enfeitar-nos

olhamos nos olhos uns dos outros

morremos com a pátria nos pulmões.
Alexandre Nave



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