Taxa administrativa *
* Publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 29 de outubro de 2010
Dei uma volta por Aveiro e, na A25, passei nos pórticos electrónicos vendidos pela empresa do ex-assessor do secretário de estado Paulo Campos, e que também tem o jackpot da venda dos “chispes” das matrículas.
Não contribuo para esse jackpot pelo que não tenho nem vou ter o tal “chispe”. Fiquei à espera que me mandassem a conta para casa. Tinha lido que havia uma “taxa administrativa” para estes casos. Pensei que era para os custos postais do envio da conta, conta que traria uma referência multibanco para se poder ir, civilizadamente, pagar.
Afinal, enganei-me. Se chegar uma carta é já com multa (25 euros por passagem). Fica aqui o aviso pois a informação às pessoas tem sido escassa e má.
Como diz, com graça, o deputado António Almeida Henriques no seu blogue: ainda vamos ter “acções de formação e esclarecimento para utilizadores das SCUT.”
A coisa funciona assim: o automobilista dirige-se aos correios, espera com paciência pela sua vez, e pergunta se deve alguma coisa. A funcionária digita a matrícula no computador, fica a saber o “onde” e o “quando” das nossas viagens, sorri, e diz: são x euros e y cêntimos. Nós pagamos a portagem e pagamos mais uma “taxa administrativa” de “0,25 euros +IVA por viagem, com máximo de 2 euros +IVA”.
Daqui |
Perdemos o nosso tempo numa fila, vemos devassada a nossa privacidade e ainda temos que pagar um sobre-custo por isso.
Há aqui um atropelo aos direitos do consumidor e à vontade da AR que votou em Junho a não obrigatoriedade dos “chispes” das matrículas. Esta taxa torna-os, de facto, obrigatórios.
Se a moda pega, o dr. Ruas passa a cobrar uma “taxa administrativa” sempre que formos pagar a conta da água. O dr. Mexia faz o mesmo com a conta da luz, para não falar no engº Bava com a conta do telefone. E eles, ao menos, mandam-nos uma cartinha prévia a dizer-nos quanto lhes devemos.
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