Os Substitutos*
* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 6 de Novembro de 2009
1. «Sem tempo para que o rosto viesse a ser lavrado pelo vento.» É desta maneira sublime que Eugénio de Andrade nos diz que a sua mãe morreu nova.
Não deixar o rosto ser “lavrado pelo vento”.
Este assunto é tratado num filme em exibição: Os Substitutos (Surrogates), um filme de ficção científica de Jonathan Mostow, com Bruce Willis como protagonista.
A história passa-se algures em meados do século XXI. As pessoas vivem as suas vidas por “controle remoto”, fechadas em casa, fazendo todas as interacções sociais através de robôs que são a réplica de si próprios. Os robôs são os tais “substitutos - surrogates”. É um mundo de eterna juventude, sexy, energético, em que os rostos não são “lavrados pelo vento”, em que não há dor, nem desordem.
Trata-se de uma distopia de “gente” de pele esticadinha. Até temos a oportunidade de ver Bruce Willis outra vez com cabelo.
A atmosfera de Os Substitutos remete-nos para a internet e para os avatares da Second Life. O mundo asséptico destes “surrogates” é diferente do universo sujo e miasmático dos “replicants” de Blade Runner (1982), o clássico de Ridley Scott, que teve relançamento em 2007 com nova montagem.
Como se sabe, é através das narrativas que melhor se percebe o mundo. Ver estes dois filmes de seguida é uma maneira rápida de percebermos o quanto mudámos numa geração.
Éramos analógicos. Agora somos digitais.
Somos todos digitais, mesmo os que – como eu – não querem ser obrigados a terem chips das matrículas.
2. Vi Os Substitutos esta semana em cópia digital.
Já se falou aqui desta tecnologia que, por razões ecológicas e imposição da UE, vai substituir as cópias de filmes em celulóide. Tecnologia que é necessária no futuro Centro de Artes do Espectáculo de Viseu.
1. «Sem tempo para que o rosto viesse a ser lavrado pelo vento.» É desta maneira sublime que Eugénio de Andrade nos diz que a sua mãe morreu nova.
Não deixar o rosto ser “lavrado pelo vento”.
Este assunto é tratado num filme em exibição: Os Substitutos (Surrogates), um filme de ficção científica de Jonathan Mostow, com Bruce Willis como protagonista.
A história passa-se algures em meados do século XXI. As pessoas vivem as suas vidas por “controle remoto”, fechadas em casa, fazendo todas as interacções sociais através de robôs que são a réplica de si próprios. Os robôs são os tais “substitutos - surrogates”. É um mundo de eterna juventude, sexy, energético, em que os rostos não são “lavrados pelo vento”, em que não há dor, nem desordem.
Trata-se de uma distopia de “gente” de pele esticadinha. Até temos a oportunidade de ver Bruce Willis outra vez com cabelo.
A atmosfera de Os Substitutos remete-nos para a internet e para os avatares da Second Life. O mundo asséptico destes “surrogates” é diferente do universo sujo e miasmático dos “replicants” de Blade Runner (1982), o clássico de Ridley Scott, que teve relançamento em 2007 com nova montagem.
Como se sabe, é através das narrativas que melhor se percebe o mundo. Ver estes dois filmes de seguida é uma maneira rápida de percebermos o quanto mudámos numa geração.
Éramos analógicos. Agora somos digitais.
Somos todos digitais, mesmo os que – como eu – não querem ser obrigados a terem chips das matrículas.
2. Vi Os Substitutos esta semana em cópia digital.
Já se falou aqui desta tecnologia que, por razões ecológicas e imposição da UE, vai substituir as cópias de filmes em celulóide. Tecnologia que é necessária no futuro Centro de Artes do Espectáculo de Viseu.
No país dos Substitutos:
ResponderEliminarContinua o Festival PANDA dos empresários.
Vamos em Novembro e escolas continuam a encerrar porque não há condições.
Mas a Websummit é que é fixe, traz 180 milhões não se sabe bem a quem e para onde.
Se parassem de gozar com a malta é que era!