Rossio (II)*

* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 3 de Julho de 2009 



Fotografia Olho de Gato
1. Em 19 de Junho, escrevi aqui o seguinte: “Os novos candeeiros [do Rossio] são adequados. Espera-se a internet sem fios. Música ambiente não, por favor. É uma parolice.”

O leitor João Anes discordou e, em “carta ao director”, defendeu que “muita música e animação é uma boa forma (…) de desenvolver o comércio tradicional.”

Devo dizer que não tenho nada contra formas de animação do centro da cidade. Acho-as desejáveis e tenho gostado das que estão a decorrer. Incluindo dos decibéis.

Aquela minha frase que desagradou a João Anes foi motivada por uma notícia do JN, de 16.11.2008. Nela fiquei a saber que os novos candeeiros do Rossio e da Rua da Paz podiam ser multifunções (luz + videovigilância + música + internet) e que o fabricante estava furioso com a EDP por esta só autorizar a função iluminante.

Que os candeeiros sejam bonitos como são e alumiem, acho bem. A videovigilância desagrada-me mas é o “ar-dos-tempos”. Agora, caro João Anes, candeeiros a botarem música não, obrigado. Prefiro o sossego.

Já devia haver internet sem fios gratuita nas ruas de Viseu.

Era tão bom ver putos a guglarem nos seus Magalhães, com os dedos lambuzados de gelado, sentados no Rossio ao lado dos reformados!

2. No Facebook fizeram-me a seguinte pergunta: “Os nove candeeiros da Rua da Paz bem como a sua escala parece um pouco exagerado, não acha?”

A mim não me parece. Aquela “semeação” tão basta de candeeiros permite uma luz menos abrasiva. De dia talvez pareçam demais. De noite, não.

A próxima etapa é retirar os carros. O Rossio, a Rua Formosa e a Rua da Paz deviam formar um conjunto pedonal contínuo. Um passo está dado: os candeeiros da Rua da Paz já combinam com os do Rossio.

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