A publicidade enganosa do ministro Gaspar

O PS devia ter votado contra o Orçamento de Estado  do ministro Vítor Gaspar. 
     
O "nim" de António José Seguro — a que o líder do PS chamou de "abstenção violenta" — foi apresentado como uma necessidade para melhorar a imagem de Portugal nos mercados. Ora, essa é uma ideia provinciana que interessa ao governo mas que "não aquenta nem arrefenta" ao "mundo".
     
Como é evidente, quer a Troika, quer a "Europa", quer todas as chancelarias sabem que Portugal, desde as legislativas de Junho, tem uma maioria de direita que cilindra todas as votações no parlamento.
     
O PS não tem poder orçamental. O PS tem poder constitucional já que faz com o PSD os dois terços necessários para a revisão da constituição e, valha a verdade, para além de um conjunto de propostas para o "governo" futuro das autarquias, não se conhece pensamento socialista sobre as leis estruturais que precisamos para reformar a nossa abaladíssima terceira república, leis que poderão desenhar a sua salvação ou o seu colapso.
     
Transcrevem-se, a seguir, excertos da declaração de voto das deputadas socialistas Idália Salvador Serrão e Ana Paula Vitorino, que demonstram a incompetência do ministro das finanças e da sua equipa e que a posição "no meio da ponte" da direcção do PS ajudou a branquear.


Idália Salvador Serrão
 Declaração de Voto
Orçamento de Estado para 2012 e 
Grandes Opções do Plano para 2012 e 2015

     As signatárias desta declaração, abstiveram-se (...) acompanhando, por dever regulamentar, o sentido de voto do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.

     A sua posição seria o voto contra nas duas Propostas de Lei, por estarem perante uma proposta de Orçamento que viola os princípios de igualdade e equidade na repartição dos sacrifícios e na distribuição dos recursos.

     (...)

     E ainda por lamentarem que a Proposta de Lei que aprova as GOP 2012-2015 tenha uma designação que constitui publicidade enganosa, por não ir além de 2012.

Ana Paula Vitorino

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