Formigueiro *

* Texto publicado hoje no Jornal do Centro

O descontentamento e o mal-estar decorrentes da crise sistémica global não param de aumentar e é por isso que, por exemplo, todos os políticos americanos de relevo usam a retórica da defesa da Main Street (símbolo do trabalho) contra a ganância da Wall Street (símbolo do capital especulativo).
     
Neste outono, segundo as autoridades, 650 mil americanos já tiraram o seu dinheiro dos grandes bancos e depositaram-no em bancos locais e organizações de crédito não lucrativas e esse movimento está a crescer porque, para além das acções de rua iniciadas com a Occupy Wall Street, ...
Imagem daqui

... a contestação está a usar o formigueiro das redes sociais, com o Facebook à cabeça, para “passar-palavra” com eficácia.
     
Em Portugal, a CGD tem o seu balanço degradado e a sua imagem muito prejudicada com os casos do socratismo, os mais conhecidos protagonizados por Berardo (um buraco de mais de 300 milhões de euros em acções do BCP) e Manuel Fino (uma cratera de 380 milhões em acções da Cimpor). Para além desta desgraça, infelizmente, o rebanho de boys que Pedro Passos Coelho para lá nomeou não ajuda nada à recuperação da imagem do banco público.
     
Concluindo, o formigueiro das redes sociais não tem, para já, condições para causar grande mossa de fuga de depositantes aos banqueiros portugueses que se preparam para empochar baratos 2 em cada 13 dos euros que a Troika emprestou a Portugal.
     
Mas há coisas em que o formigueiro pode ajudar o país: corre no Facebook um apelo para que compremos os presentes de Natal a pequenos empreendedores, a artesãos, a artistas, de forma a que o “nosso dinheiro chegue às pessoas comuns e não às grandes multinacionais”.
     
É uma boa ideia. Deixei-a no meu Facebook. Deixo-a também aqui.

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