Nada quero, tudo enjeito

 Nada quero, tudo enjeito,

o maior bem me aborrece,

o prazer me entristece

e o viver, porque é sujeito

a quem dele assim se esquece:

se morro acaba o mal,

fim não queria ver;

se vivo, o padecer

desta dor é tão mortal

que me não posso valer.

Anónimo (Séc. XVI)


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