Eupátridas *
* Texto publicado no Jornal de Centro há exactamente dez anos, em 22 de Agosto de 2014
No seu livro "Superclasse — a elite do poder global e o mundo que ela está a construir", David Rothkopf descreve a elite poderosa que influencia a vida de milhares de milhões de pessoas, constituída pelos chefes dos maiores estados, os líderes das maiores empresas mundiais, os barões dos media, os gigamilionários que tratam eles próprios dos seus investimentos (George Soros, por exemplo), os empresários de tecnologias, as altas patentes militares, os gestores de fundos soberanos, de investimento e do petróleo, alguns líderes religiosos, uns poucos artistas, escritores e cientistas, além, claro, dos chefes das maiores organizações terroristas e criminosas.
Rothkopf fez uma lista de seis mil nomes que não divulga porque, diz ele, isso seria "uma futilidade". No dia a seguir à sua publicação, a lista estaria obsoleta. O poder desta "supergente" é, por definição, transitório, e não se herda nem se dá em herança.
Esta semana um extenso texto do Washington Post, reproduzido no Público, descrevia o cuidado com que muitos multimilionários americanos (membros da superclasse da globalização) estão a tratar do futuro dos filhos.
Aportuguesada, a conversa sobre esta segunda geração com mais dinheiro que juízo seria assim: em vez de deixarem uma "pipa de massa" para ser derretida pelos "filhinhos-do-papá" em "putas-e-vinho-verde", a maior parte das fortunas é entregue a fundações com fins filantrópicos. Por exemplo, os três filhos de Bill Gates levam 10 milhões de dólares cada um, mas o grosso da fortuna de 76 mil milhões vai para beneficência.
Durão Barroso, o único português da superclasse está quase a sair dela. Não será por isso que o seu filho Luís — que entrou agora sem concurso no Banco de Portugal — deixará de ser um "eupátrida".
Os "eupátridas" — isto é, "pessoas com bons pais" — governaram Atenas durante muito tempo. Ainda faltavam dois milénios e meio para a globalização.
No seu livro "Superclasse — a elite do poder global e o mundo que ela está a construir", David Rothkopf descreve a elite poderosa que influencia a vida de milhares de milhões de pessoas, constituída pelos chefes dos maiores estados, os líderes das maiores empresas mundiais, os barões dos media, os gigamilionários que tratam eles próprios dos seus investimentos (George Soros, por exemplo), os empresários de tecnologias, as altas patentes militares, os gestores de fundos soberanos, de investimento e do petróleo, alguns líderes religiosos, uns poucos artistas, escritores e cientistas, além, claro, dos chefes das maiores organizações terroristas e criminosas.
Rothkopf fez uma lista de seis mil nomes que não divulga porque, diz ele, isso seria "uma futilidade". No dia a seguir à sua publicação, a lista estaria obsoleta. O poder desta "supergente" é, por definição, transitório, e não se herda nem se dá em herança.
Esta semana um extenso texto do Washington Post, reproduzido no Público, descrevia o cuidado com que muitos multimilionários americanos (membros da superclasse da globalização) estão a tratar do futuro dos filhos.
Durão Barroso, o único português da superclasse está quase a sair dela. Não será por isso que o seu filho Luís — que entrou agora sem concurso no Banco de Portugal — deixará de ser um "eupátrida".
Os "eupátridas" — isto é, "pessoas com bons pais" — governaram Atenas durante muito tempo. Ainda faltavam dois milénios e meio para a globalização.
Comentários
Enviar um comentário