Mal, de que me eu contentei

 Mal, de que me eu contentei,

contas, rematadas já,

agora descansarei,

esta dor me matará;

se não… eu me matarei.


Nas cousas que não é meo

é escusado cansar mais,

ir de receo em receo

e de sinais em sinais.

Em vão cá e lá cansei,

tudo me é tomado já;

agora descansarei,

ou me este mal matará;

se não… eu me matarei.

Francisco Sá de Miranda


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