Adivinhações*
* Texto publicado no Jornal do Centro, há exactamente dez anos, em 28 de Março de 2014
1. Depois de vários anos de obras e não só, os parquímetros estão de volta à Avenida Alberto Sampaio, de Viseu.
Foram anos maus para o comércio, mas bons para os moradores que puderam deixar o carro à porta sem custos. Agora, com o mete-moedas, os comerciantes ficam contentes com a rotação nos estacionamentos, já os moradores não.
Há aqui uma evolução boa: quando os parcómetros foram instalados em Viseu, há 15 anos, houve contestação generalizada. Agora, eles são percebidos como uma boa ferramenta para democratizar o acesso a um bem raro — estacionamento no centro da cidade.
Já no que diz respeito à câmara, não há nenhuma evolução. Fernando Ruas nunca percebeu que devia ter reservado lugares de estacionamento para moradores nas ruas parquejadas. Nunca se saberá em que medida essa incompreensão terá também contribuído para a desertificação do centro.
O novo presidente da câmara de Viseu, António Almeida Henriques, trouxe um estilo novo, com muita metapolítica e propaganda bem feita pelo seu enérgico assessor Jorge Sobrado. Pensamento e acção para o centro da cidade é que não se tem visto nada. Podia começar-se por este dossier: estacionamento dos moradores. Por exemplo, na Avenida Alberto Sampaio.
2. Na tarde de 14 de Março, a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões fez uma sessão promocional de uma hora e meia na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). A assistirem, quarenta pessoas: deputados, presidentes de câmara, vereadores, assessores, todos vips da região, ninguém fora da região. “Na BTL a falar para nós”, foi o certeiro título da notícia deste jornal que contava o caso.
Ora acontece que, num texto publicado seis dias antes, a 8 de Março, Hélder Amaral perguntava: "Esqueceram-se que o importante é captar turistas e não serem eles os próprios turistas?"
Ó deputado Hélder Amaral, agora é adivinho?
Fotografia Olho de Gato |
Foram anos maus para o comércio, mas bons para os moradores que puderam deixar o carro à porta sem custos. Agora, com o mete-moedas, os comerciantes ficam contentes com a rotação nos estacionamentos, já os moradores não.
Há aqui uma evolução boa: quando os parcómetros foram instalados em Viseu, há 15 anos, houve contestação generalizada. Agora, eles são percebidos como uma boa ferramenta para democratizar o acesso a um bem raro — estacionamento no centro da cidade.
Já no que diz respeito à câmara, não há nenhuma evolução. Fernando Ruas nunca percebeu que devia ter reservado lugares de estacionamento para moradores nas ruas parquejadas. Nunca se saberá em que medida essa incompreensão terá também contribuído para a desertificação do centro.
O novo presidente da câmara de Viseu, António Almeida Henriques, trouxe um estilo novo, com muita metapolítica e propaganda bem feita pelo seu enérgico assessor Jorge Sobrado. Pensamento e acção para o centro da cidade é que não se tem visto nada. Podia começar-se por este dossier: estacionamento dos moradores. Por exemplo, na Avenida Alberto Sampaio.
2. Na tarde de 14 de Março, a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões fez uma sessão promocional de uma hora e meia na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). A assistirem, quarenta pessoas: deputados, presidentes de câmara, vereadores, assessores, todos vips da região, ninguém fora da região. “Na BTL a falar para nós”, foi o certeiro título da notícia deste jornal que contava o caso.
Ora acontece que, num texto publicado seis dias antes, a 8 de Março, Hélder Amaral perguntava: "Esqueceram-se que o importante é captar turistas e não serem eles os próprios turistas?"
Ó deputado Hélder Amaral, agora é adivinho?
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