Fake news e a peste em Viseu

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1. Nas redes sociais há muita gente que gosta de partilhar e consumir fake news desde que elas prejudiquem os seus adversários ou se sintonizem com os seus preconceitos. Mas, felizmente, a maioria das pessoas prefere factos e não aldrabices.


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Nos tempos que correm, já nada pode ser dado como autêntico logo à partida. É por isso que está a crescer o negócio da "verificação de factos". Ainda se consegue chegar à verdade, mas agora isso dá muito trabalho e ainda vai ser pior quando se começarem a espalhar os deepfakes, vídeos falsos onde um político, um vip, um cidadão comum, é posto num filme realista a fazer e a dizer coisas que nunca fez nem disse.

Este é o tema do livro "Fábrica de Mentiras, Viagem ao Mundo das Fake News", de Paulo Pena. O autor, jornalista do DN, não desistiu da verdade e recomenda-nos informação que seja proveniente de fontes identificadas e credíveis.

Para além disso, faz uma defesa fundamentada da liberdade de expressão: "ninguém pode, ou deve querer, policiar as publicações online, limitar o uso das plataformas aos seus milhões de seguidores, restringindo o direito ao disparate ou à opinião errada."

A opinião errada só valoriza a opinião baseada em factos. Querer censurá-la só lhe dá força. Força que, com frequência, é mais as vozes do que as nozes.

Por exemplo, Trump comandou uma campanha contra o Pacto de Marraquexe de protecção aos migrantes e refugiados, promovido pela ONU, e que foi assinado, em Dezembro de 2018, por 164 países, incluindo Portugal. Essa campanha xenófoba teve algum impacto em muitos países, mas, conforme um estudo do ISCTE, nas nossas redes sociais, ao todo, conseguiu... 198 tweets e 78 posts no Facebook. Um fiasco completo.

Até isso mostra quanto é absurda a "polícia" da internet que a ministra Mariana Vieira da Silva quer arranjar.

2. No início de um comunicado divulgado na quinta-feira à noite, a câmara de Viseu reconheceu que já há transmissão comunitária do novo corona vírus no concelho, mas aquele documento tem muita conversa sobre o Cubo Mágico e nenhuma informação concreta sobre a Covid 19.

Quantos casos? Quantos internamentos? Quantos doentes nos cuidados intensivos? Quantos em quarentena? Quantos testes? Que se passa nos lares?

A câmara sabe, mas não informa os munícipes. Não tem perdão.

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