Aí vamos nós*
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1. Os primeiros calafrios do outono já estão a provocar pele-de-galinha em quem ainda teima nas t-shirts. O verão já lá vai.
Neste ano da peste, as vindimas foram temporãs e já há fervenças bem adiantadas nas pipas e nas cubas. Nos castanheiros, os ouriços impacientam-se pelo S. Martinho.
Os líderes partidários, por causa da covid, não puderam exibir os bronzeados aos seus fiéis, amesendados e emplastros. Só o imperturbável Jerónimo de Sousa foi avante com a sua rentrée do costume, o que fez espumar de raiva o doutor Rio e inquietar o professor Marcelo. As romarias aos santuários da Quinta da Atalaia e da Cova da Iria ajudaram a encher chouriços nos media e nas redes sociais durante a silly season estival.
Fotografia Olho de Gato |
Por Viseu, o Cubo Mágico do dr. Sobrado resistiu aos espirros e ao mau-olhado da oposição sentada no Facebook. A câmara de Viseu costuma ser fraca em candidaturas a dinheiros europeus, espera-se que, desta vez, tenha havido competência e haja mesmo financiamento comunitário para ajudar a pagar aqueles eventos.
Alunos e professores, pelo menos para já, deixaram-se de telescolas e recomeçaram aulas presenciais.
A procura de papel higiénico está a crescer outra vez. No Reino Unido aumentou 23% numa semana. As cadeias de distribuição bem podem garantir que aquele aveludado produto não vai faltar. Essas juras não vão diminuir a procura e o fetiche por aquele papel macio enrolado. É que as pessoas passam cada vez mais tempo no WC, com os seus telemóveis e tablets, a produzirem e partilharem bosta na internet, como aquela invenção de que se forma um “nível tóxico” de CO2 dentro das máscaras que estamos a usar. Fake news tornadas virais por lelés-da-cuca sentados em sanitas.
2. O verão estilhaçou os consensos iniciais sobre a pandemia. A segunda vaga da Covid vai abrir duas frentes de oposição aos governos: a dos que acham que as restrições sanitárias são de menos e a dos que acham que elas são de mais.
Os números de infecções não param de aumentar. Aí vamos nós, mas não tão unidos como da outra vez.
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