Os três émes*
* Hoje no Jornal do Centro
Moisés Naím, no seu livro “O fim do poder”, descreve as três revoluções que estão a a acontecer à frente dos nossos olhos:
— a revolução do mais (“que se caracteriza por aumentos em tudo” - número de países, populações, níveis de vida, literacia, produtos no mercado, …);
— a revolução da mobilidade (pessoas, bens, dinheiro, ideias, valores, a “movimentarem-se de forma nunca antes vista por todo o planeta”); e
— a revolução da mentalidade (o “mais” e a “mobilidade” causam “grandes mudanças nas mentalidades, expectativas e aspirações” das pessoas).
Na nossa política, estes três émes “revolucionários” receberam um impulso muito grande durante o longo caminho que nos levou às eleições legislativas do passado domingo.
Agora há mais forças partidárias, mais ideias, mais candidatos. Nunca o boletim de voto foi tão grande. Depois da cruzinha feita, já não chega dobrar o voto em quatro, aquele lençol tem que levar mais uma dobra.
E, apesar de todos os travões colocados na engrenagem pelos donos do regime, ...
... o eleitorado moveu-se. E esta “mobilidade” pode ser quantificada: foram 550 mil votos (11%) nos dezasseis partidos mais pequenos que não pertencem ao cartel partidário instalado. De uma só vez, entraram no parlamento três partidos novos e o PAN quadriplicou a sua presença.
Este “mais” da oferta partidária, somado a esta “mobilidade” dos eleitores, vai ter consequências na “mentalidade” do próximo parlamento.
A seguir a uma legislatura sem partidos de protesto (a domesticação do BE e do PCP fez-lhes perder, respectivamente, 57 mil e 116 mil votos), vamos passar a ter uma voz anti-sistema (o Chega) e, de novo, vozes de protesto (a Iniciativa Liberal e o PCP).
Por sua vez, o Bloco, depois da sua campanha demagógica e errática, vai ter no Livre um concorrente directo no mercado do tribalismo identitário, um mercado sempre indignado com qualquer coisa e que vai dando assunto aos papagaios das televisões e aos viciados em likes das redes sociais.
Moisés Naím, no seu livro “O fim do poder”, descreve as três revoluções que estão a a acontecer à frente dos nossos olhos:
— a revolução do mais (“que se caracteriza por aumentos em tudo” - número de países, populações, níveis de vida, literacia, produtos no mercado, …);
— a revolução da mobilidade (pessoas, bens, dinheiro, ideias, valores, a “movimentarem-se de forma nunca antes vista por todo o planeta”); e
— a revolução da mentalidade (o “mais” e a “mobilidade” causam “grandes mudanças nas mentalidades, expectativas e aspirações” das pessoas).
Na nossa política, estes três émes “revolucionários” receberam um impulso muito grande durante o longo caminho que nos levou às eleições legislativas do passado domingo.
Agora há mais forças partidárias, mais ideias, mais candidatos. Nunca o boletim de voto foi tão grande. Depois da cruzinha feita, já não chega dobrar o voto em quatro, aquele lençol tem que levar mais uma dobra.
E, apesar de todos os travões colocados na engrenagem pelos donos do regime, ...
Daqui |
Este “mais” da oferta partidária, somado a esta “mobilidade” dos eleitores, vai ter consequências na “mentalidade” do próximo parlamento.
A seguir a uma legislatura sem partidos de protesto (a domesticação do BE e do PCP fez-lhes perder, respectivamente, 57 mil e 116 mil votos), vamos passar a ter uma voz anti-sistema (o Chega) e, de novo, vozes de protesto (a Iniciativa Liberal e o PCP).
Por sua vez, o Bloco, depois da sua campanha demagógica e errática, vai ter no Livre um concorrente directo no mercado do tribalismo identitário, um mercado sempre indignado com qualquer coisa e que vai dando assunto aos papagaios das televisões e aos viciados em likes das redes sociais.
Comentários
Enviar um comentário