Bola de borracha*
* Publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos em 30 de Outubro de 2009
A crise sistémica global fez desaparecer entre 20 a 30 triliões de dólares de activos. Isso mesmo: um número com dezassete algarismos. Esta destruição brutal de riqueza ainda não é percebível na sua totalidade.
Os estados estão afogados em défice e estão a manipular as estatísticas do desemprego. A situação social vai agravar-se em todas as latitudes.
O epicentro dos problemas reside nos Estados Unidos. Em 2008, o rendimento das famílias americanas sofreu a maior queda desde 1947 (ano em que foi criado esse índice estatístico). Dezenas de milhões de pessoas perderam o emprego, a casa, a reforma, as economias. Tudo o vento do sub-prime levou.
O boletim de Setembro do Laboratório Europeu de Antecipação Política (LEAP) define assim o momento económico que vivemos: “o consumidor americano já não tem mais os meios para comprar tudo o que o resto do mundo se tinha habituado a produzir para ele.”
Percebe-se agora com mais clareza que é a Ásia e a eurolândia que estão relativamente mais abrigados deste vendaval.
Nos últimos meses, ouviu-se em todo o lado a mesma conversa: a “velocidade da queda” da economia diminuiu, já estamos no “princípio do fim” da crise.
Foi no boletim do LEAP onde li a analogia que melhor explica o que se está a passar: a economia mundial é uma bola de borracha a cair numa escada. Quando ressalta num degrau, a bola sobe um pouco e logo o marfim dos dentes dos políticos aparece nas televisões a sorrir benignidades. Só que, depois, a bola retoma a queda escada abaixo.
De ressalto em ressalto, a bola de borracha ainda está a descer a escada. Vai ser o ponta de lança asiático - a China - que lhe há-de dar o chuto escada acima.
Esse chuto ainda não aconteceu.
A crise sistémica global fez desaparecer entre 20 a 30 triliões de dólares de activos. Isso mesmo: um número com dezassete algarismos. Esta destruição brutal de riqueza ainda não é percebível na sua totalidade.
Os estados estão afogados em défice e estão a manipular as estatísticas do desemprego. A situação social vai agravar-se em todas as latitudes.
O epicentro dos problemas reside nos Estados Unidos. Em 2008, o rendimento das famílias americanas sofreu a maior queda desde 1947 (ano em que foi criado esse índice estatístico). Dezenas de milhões de pessoas perderam o emprego, a casa, a reforma, as economias. Tudo o vento do sub-prime levou.
O boletim de Setembro do Laboratório Europeu de Antecipação Política (LEAP) define assim o momento económico que vivemos: “o consumidor americano já não tem mais os meios para comprar tudo o que o resto do mundo se tinha habituado a produzir para ele.”
Percebe-se agora com mais clareza que é a Ásia e a eurolândia que estão relativamente mais abrigados deste vendaval.
Nos últimos meses, ouviu-se em todo o lado a mesma conversa: a “velocidade da queda” da economia diminuiu, já estamos no “princípio do fim” da crise.
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De ressalto em ressalto, a bola de borracha ainda está a descer a escada. Vai ser o ponta de lança asiático - a China - que lhe há-de dar o chuto escada acima.
Esse chuto ainda não aconteceu.
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