O Viktador*
* Publicado hoje no Jornal do Centro
1. Paul Lendvai, no seu livro “Orbán: Hungary's Strongman”, chama “Viktator” ao primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e designa o seu regime como uma “fürher democracy” — uma “democracia do chefe”.
Orbán, o inaugurador da vaga iliberal que varre a “Europa”, vai a votos no próximo domingo. Foi eleito chefe do governo pela primeira vez em 1998, com 35 anos, mas perdeu o lugar quatro anos depois para um tecnocrata de centro-esquerda. Tal não era suposto e, quando o poder lhe caiu no regaço de novo em 2010, tratou de nunca mais o largar.
Para isso, terraplanou todos as instituições que lhe podiam fazer sombra: retirou quase todos os poderes ao tribunal constitucional e assumiu o controlo da maioria dos media privados e públicos.
Mais: Orbán fez também engenharia eleitoral. Deu cidadania a um milhão de pessoas de etnia húngara que as vicissitudes da história tinha posto a viver nos estados vizinhos (quase todos votaram no seu partido, o Fidesz, nas eleições seguintes) ao mesmo tempo que meio milhão de húngaros, entretanto emigrados, viam a sua participação nas eleições deliberadamente dificultada pelas burocracias consulares.
É certo que, durante esta campanha de 2018, as coisas não correram como o “Viktador” Orbán pretendia. Um dos seus mais chegados amigos, o oligarca Lajos Simicska, virou-se contra ele e tem posto a boca no trombone sobre os milhares de milhões de euros comunitários autoclismados pela corrupção. Este lavar de roupa suja deve enfraquecer o Fidesz mas não derrotá-lo.
2. Ricardo Alves, o director artístico da companhia Ovo Alado, fez as contas aos muito contestados apoios às artes do ministério da cultura.
Em Lisboa e Vale do Tejo, as actividades culturais vão receber €1.75 por habitante. A capitação desce para €1.08 na região centro, no norte fica-se por €0.95 e na Madeira afunda-se para €0.78, menos de metade do subsídio por alfacinha.
Lisboa parte e reparte e abarbata sempre a melhor parte.
1. Paul Lendvai, no seu livro “Orbán: Hungary's Strongman”, chama “Viktator” ao primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e designa o seu regime como uma “fürher democracy” — uma “democracia do chefe”.
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Para isso, terraplanou todos as instituições que lhe podiam fazer sombra: retirou quase todos os poderes ao tribunal constitucional e assumiu o controlo da maioria dos media privados e públicos.
Mais: Orbán fez também engenharia eleitoral. Deu cidadania a um milhão de pessoas de etnia húngara que as vicissitudes da história tinha posto a viver nos estados vizinhos (quase todos votaram no seu partido, o Fidesz, nas eleições seguintes) ao mesmo tempo que meio milhão de húngaros, entretanto emigrados, viam a sua participação nas eleições deliberadamente dificultada pelas burocracias consulares.
É certo que, durante esta campanha de 2018, as coisas não correram como o “Viktador” Orbán pretendia. Um dos seus mais chegados amigos, o oligarca Lajos Simicska, virou-se contra ele e tem posto a boca no trombone sobre os milhares de milhões de euros comunitários autoclismados pela corrupção. Este lavar de roupa suja deve enfraquecer o Fidesz mas não derrotá-lo.
2. Ricardo Alves, o director artístico da companhia Ovo Alado, fez as contas aos muito contestados apoios às artes do ministério da cultura.
Em Lisboa e Vale do Tejo, as actividades culturais vão receber €1.75 por habitante. A capitação desce para €1.08 na região centro, no norte fica-se por €0.95 e na Madeira afunda-se para €0.78, menos de metade do subsídio por alfacinha.
Lisboa parte e reparte e abarbata sempre a melhor parte.
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