Comunicar *
* Publicado hoje no Jornal do Centro
1. Agora é modernaço chamar-se “narrativa” a toda a espécie de comunicação. Chame-se então “narrativa” ao fluxo mediático, esse produzir de sentido que já foi de poucas e profissionais vozes e agora é de muitas vozes, muitas delas não profissionais, umas e outras a debitarem “narrativas” nos media, nos blogues, nas redes sociais.
Veja-se o caso da promoção do Pingo Doce no 1º de Maio que ocupou uma semana completa da atenção do país. Recorde-se: os media só começaram a falar do caso quando a confusão já estava instalada nas lojas.
Nenhum jornal, nenhuma rádio, nenhuma televisão, nenhum outdoor avisou antes que íamos ter as pastas de dentes e o Alvarinho Pingo Doce do enólogo Anselmo Mendes a metade do preço. Contudo, o povo acorreu em massa. Porquê?
Nenhum jornal, nenhuma rádio, nenhuma televisão, nenhum outdoor avisou antes que íamos ter as pastas de dentes e o Alvarinho Pingo Doce do enólogo Anselmo Mendes a metade do preço. Contudo, o povo acorreu em massa. Porquê?
Já se citou aqui Umberto Eco a explicar a impotência do ruído dos media mas repete-se: “é apenas no silêncio que funciona o único e verdadeiramente poderoso meio de informação que é o murmúrio”.
Foi o murmúrio, foi o sussurro boca-orelha que levou aquelas multidões ao Pingo Doce, criando um buraco superior a 10 milhões de euros no orçamento do aprendiz de feiticeiro Pedro Soares dos Santos.
Oxalá não se tenha esgotado o Alvarinho...
Oxalá não se tenha esgotado o Alvarinho...
2. A campanha para a concelhia do PS-Viseu começou cedo demais e, claro, agora perdeu gás. As entrevistas aos dois candidatos publicadas aqui no Jornal do Centro foram interessantes mas insuficientes.
Termos perdido a Rádio Noar tornou o nosso viver colectivo mais pobre. Neste caso, o grande jornalista António Figueiredo resolvia, numa hora, o défice de informação dos militantes socialistas e da cidade.
Cara Lúcia Araújo Silva e caro Filipe Nunes, por favor organizem lá um debate entre os dois. Para o mesmo, dispensa-se a presença de claques. Obrigado!
Caro Joaquim,
ResponderEliminarPermita-me o comentário sobre o que refere acima. Viseu necessita de uma liderança forte para fazer face aos atuais desafios e debilidades que enfrenta. Ficou provada a incompetência dos actuais e limitados lideres do Municipio de Viseu. Veja-se o desemprego que desgraça os jovens e as familias Visienses. Veja-se os parques indústriais a desertificarem. Veja-se o envelhecimento da população de Viseu, onde os jovens partem, desde cedo para outras cidades em busca do seu curso superior, do emprego, de um aportunidade para a vida. E o Municipio o que faz sobre isto? NADA!
É isto que é preciso debater. É isto que é necessário confrontar. Mas não é agora! Será depois, nas eleições autarquicas, no frente a frente com aqueles que deixaram este legado.
Aí sim, será necessário um partido socialista capaz de dar sugestões para resolver estes problemas e é essencial um debate de ideias, um confronto de soluções para o presente e futuro da nossa cidade.
Já agora, como pessoa esclarecida que eu sei que é, esclareça-nos sobre os candidatos do PSD, as suas ideias e soluções para resolver os problemas da cidade ...
Obrigado
Mico Preto
Caro anónimo "Mico Preto":
Eliminar— no primeiro semestre deste ano resolvem-se as lideranças das concelhias, a do PSD já está, a do PS vai ser no início de Junho — refiro-me ao debate no interior dos dois partidos que têm elegido vereadores em Viseu nos últimos actos eleitorais;
— depois surgirá, naturalmente mas sem pressas, a comunicação com os cidadãos que se espera seja nos dois sentidos.
Cumprimentos