Ao amor búfalo

Que heras venenosas te recubram
o avesso dos cabelos onde a ideia
de amor brotou torta
da cratera
desde o início.
E o tempo em temporais de areia
seja-te leve
ó meu suplício.
Nada foi verdadeiro na vereda
de finos artifícios
que teceram
com palha a fogueira das malícias,
benesses pesadelas:
teu passo elefantino e orgulhoso
com seus troféus de espanto e garrotes
novos à garota agradecida.
Seja-te leve esse esconjuro
de sal e ardósia,
esta laje com jeito
e faina de esfiapar-te
da lembrança,
cataventos
de cartas de amor despedaçadas.
Elisabeth Veiga

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