Velho carro de um velho num país de velhos
Velho carro de um velho num país de velhos
Um gato a quem falta já a ousadia acrobata dos telhados
E as unhas de aço nas retraídas patas
De veludo puído.
Já foste um gato de muito foles sem contar
Com o da indiferença.
Contigo aprendi a lisonja no regaço e a redobrada vénia
Dos amantes de serviço.
Os dois sentimos as festas
No pêlo e na pele metafórica dos sentidos
Politicamente correctos.
Não houve fogo que nos queimasse o gozo de estar vivos.
Aqui é o sol do frio que nos faz sorrir
Aos pés da escada. Não te debruces em excesso
Nas rochas do Carvoeiro.
O gato e a água juntos não serão a melhor escolha de acabar.
Armando Silva Carvalho
Oh que coisa bonita!
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