Vejo o corpo grande
Vejo o corpo grande, na solidão ignorada,
na sua alvura larga, toalha viva e água,
na banheira cantando como é larga a sua mulher!
Sem destino oiço o sol e as janelas abertas,
oiço um corpo extenso, branco, volumoso,
abraçando a madeira, abraço a carne, a terra viva.
Entrar em ti, mulher ó lâmpada de seda,
abrir-me na paisagem de um só tronco com boca,
encrespar as planícies da tua pele ondulada,
ó como o mar é claro nesta onda deitada!
Ó como eu sou um homem no meio-dia claro!
António Ramos Rosa
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