PEC4 *
* Publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 3 de dezembro de 2010
1. Com muito teatro mas pouco drama, acaba de ser aprovado o orçamento de estado. Segue-se o PEC4 que irá ser tratado pelo sr. Dominique Strauss-Kahn do FMI.
No ano que vem, ou há legislativas antecipadas na primavera ou depois, no outono, a aprovação do OE vira “apavoração”. Então já com drama.
2. O acordo PS-PSD, celebrado na cozinha de Eduardo Catroga, prevê uma reavaliação das parcerias público-privadas (a que esta coluna há muito chama PPPPP — Parcerias-Prejuízos-Públicos-Proveitos-Privados).À cautela, Hélder Amaral, que não dorme em serviço, já lembrou a mais que prioritária auto-estrada Viseu-Coimbra. Há que tomar decisões antes que chegue o PEC4.
3. A futura auto-estrada Viseu-Coimbra foi pensada para ter portagens e deixar o IP3 como via alternativa. Isso não aconteceu com a A25 cuja construção destruiu uma boa parte da excelente alternativa que existia — o IP5.
Na parte da A25 construída em cima do IP5 não deve haver portagens. Para ninguém. Nem para os residentes, nem para os não residentes, nem para os estrangeiros. É uma questão de justiça que o país pode apoiar, logo que se trate toda a gente por igual e não se inventem “discriminações positivas” da treta. Até Pedro Passos Coelho, em Junho, defendeu isenção nesses troços.
Infelizmente, perante o ataque brutal que se prepara à economia e mobilidade da região, todos os políticos eleitos com os nossos votos ou assobiam para o ar ou atiram culpas uns para os outros. Mexam-se, por favor! Antes que chegue o PEC4.
4. Quem vai para o litoral na A25, não tem fuga ao primeiro pórtico. Depois, pelos 900 metros até ao nó de Angeja, paga 25 cêntimos de portagem e mais 30 de “taxa de administrativa”. A burocracia fica mais cara que o “serviço”.
“Está tudo calmo dentro da panela de pressão.”
À espera do PEC4.
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Nota: Que ia haver PEC 4 era óbvio, o governo de José Sócrates estava em negação, acabou por o apresentar no parlamento e foi chumbado em 23 de Março de 2011.
Seguir-se-ia um pedido de assistência financeira ao FMI e a UE e a queda do governo de José Sócrates.
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