«O maxixe é a dança mais baixa, mais chula, mais grosseira de todas as danças selvagens»*

Daqui **



Esta dança é buliçosa
Tão dengosa
Que todos querem dançar
Não há ricas baronesas
Nem marquesas
Que não saibam requebrar, requebrar

Este passo tem feitiço
Tal ouriço
Faz qualquer homem coió
Não há velho carrancudo
Nem sisudo
Que não caia em trololó, trololó




* Em 1914, a música Corta-jaca, de Chiquinha Gonzaga e Machado Careca, foi executada em uma recepção no Palácio do Catete. Era a primeira vez que ouvia-se música popular brasileira em um salão nobre.

Nem todos apreciaram. Os jornais comentaram. No Senado, Rui Barbosa discursou, assegurando que o maxixe era a dança mais chula, baixa e grosseira de todas as danças selvagens; irmã gêmea do cateretê, do batuque e do samba.



** Surgiu como dança em 1875, no Rio de Janeiro e só tempos depois viraria um ritmo. Acredita-se que o maxixe teria surgido com a decadência da polca nos salões com a chegada dos choros – e foi misturado a ele com base de flauta, violão e oficlide. Assim, a polca sendo transformada em maxixe, as pessoas dançavam lundu, enquanto outros cantavam e os conjuntos de choro acompanhavam. Esse fato o fez chegar rapidamente a todas as classes sociais do Rio de Janeiro.

A designação de "Maxixe" para a música e à dança surgida atestava o caráter popular ligado às classes mais baixas da sociedade carioca da época, uma vez que a palavra era usada para designar coisas de pouco valor.
 




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