Honrar o voto*

* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 9 de Abril de 2010


1. O poder local é o sucesso democrático da 3ª república. Basta ver o que, em três décadas, as autarquias entregaram aos cidadãos em qualidade de vida gastando somente 10% das despesas gerais do estado.

E convém não esquecer: as eleições autárquicas são a festa e a escola da democracia ao envolverem centenas de milhares de candidatos.

As últimas autárquicas foram em 11 de Outubro. Passou meio ano. Infelizmente, nestes seis meses, o PS no concelho de Viseu tem-se portado muito mal com o seu eleitorado.

A “oposição” socialista que ficou na câmara não disse nada, não fez nada, não foi oposição – aquilo para que, afinal, foi eleita.

No último mandato, o mandato em que o escrutínio é mais necessário, Fernando Ruas tem estado completamente à-vontade.

Neste meio ano, a “oposição” socialista só tomou uma única posição audível: achou bem que o director do Museu Grão Vasco se tivesse ido embora quatro meses depois de ter tomado posse. Razão para este “achar bem”: porque “as pessoas têm direito às suas ambições”. Dá para ver o que vai naquelas cabeças.

Registe-se que o primeiro, o terceiro e o quarto da lista socialista à câmara de Viseu desistiram. 

Pensaram em tudo, nas “ambições” todas, menos nas pessoas que votaram neles.
Depois, também o segundo e o sexto viriam a desertar
(imagem Viseu, Senhora da Beira)

2. O governador civil Miguel Ginestal, nestes meses, tem andado pelo distrito fora a distribuir panegíricos de município socialista em município socialista. Estando quase a esgotar a volta pelas câmaras socialistas, tem agora duas hipóteses para o futuro:

(i) ou continuar a espalhar trivialidades políticas, agora também pelos concelhos sociais-democratas do distrito;

(ii) ou regressar à câmara de Viseu, honrar o voto dos viseenses que nele votaram e trabalhar para merecer ser o candidato do PS em 2013.

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