Soneto nº 4 — [POLITÉCNICO DE VISEU 40 ANOS #7]

Fotografia Olho de Gato





Diogo Alcoforado
[Espinho, 1937]
Viveu e leccionou em Viseu, onde reside ainda família


Por que dor, ou destino, só o pé
avança contra si, traz ao lugar
de pedras e de terra de andar
a circunscrita volta, se até

a casa que se houve não desloca?
E assim vai: dobrando, sem resposta,
a ferro qualquer passo, -- se aposta
o sonho nesse canto ou invoca

a porta que outrora foi medida.
Nenhum termo, agora, dá à boca
o som que mal concebe: desviado

do sulco onde colhe dom e vida.
E a noite que vê aí o toca:
no peito, — ou no centro do seu lado.


Poetas e pintores e Viseu
Edição Politécnico de Viseu, 2001



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